Reação do Irão à decisão de retirada do país da Comissão sobre o Estatuto da Mulher da ONU

O Irão culpou a administração dos Estados Unidos (EUA), argumentando que a decisão de retirar o Irão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher das Nações Unidas (ONU), por violações dos direitos da mulher teve motivações políticas.

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Reação do Irão à decisão de retirada do país da Comissão sobre o Estatuto da Mulher da ONU

Numa declaração escrita, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Nasser Kenani, reagiu à retirada do seu país da Comissão sobre o Estatuto da Mulher da ONU, onde é membro por dois mandatos, desde 2011.

Kenani declarou que condenou a decisão, que descreveu como uma "iniciativa política" dos EUA, afirmando que a consideravam desprovida de base jurídica e contrária à Carta das Nações Unidas.

O porta-voz iraniano declarou que os EUA fizeram esforços abrangentes e a longo prazo, para desestabilizar o Irão, e violaram gravemente os direitos da nação iraniana, especialmente das mulheres, através de sanções unilaterais.

A 2 de novembro, a Vice-Presidente dos EUA, Kamala Harris, anunciou que iria trabalhar para retirar o Irão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher da ONU.

O Conselho Económico e Social da ONU (ECOSOC) votou ontem a resolução apresentada pelos EUA, para retirar o Irão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher da ONU, "com efeitos imediatos", para o resto do mandato 2022-2026.

Dos 54 membros do ECOSOC, 29 Estados membros votaram a favor da resolução, enquanto 8 membros, incluindo a Rússia e a China, votaram contra, e 16 Estados membros abstiveram-se.

A decisão foi tomada num período em que se ocorrem manifestações no Irão, que começaram com a morte de uma jovem mulher, após ter sido levada sob custódia policial, e que se prolongam há cerca de 3 meses, tendo centenas de pessoas perdido as suas vidas nas manifestações.



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