Comunidade comercial turca condena declaração dos EUA sobre Jerusalém

As confederações de negócios da Turquia chamam a decisão de Trump de reconhecer Jerusalém como capital israelita de "perigosa".

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Comunidade comercial turca condena declaração dos EUA sobre Jerusalém

As organizações turcas da sociedade civil no sábado condenaram a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel.

"Nós condenamos firmemente essa decisão que não serve para além de criar novas áreas de conflito no Oriente Médio e lançar a região em fogo", afirmou Rifat Hisarciklioglu, presidente da União das Câmaras e Trocas de Mercadorias da Turquia (TOBB).

As confederações, que representam o lado turco do Comitê Consultivo Conjunto Turquia-União Européia, realizam uma conferência de imprensa conjunta em Ancara, em relação à recente mudança dos EUA.

As confederações incluíram o TOBB, a Confederação dos Sindicatos Turcos (TURK-IS), a Confederação Turca das Associações de Empregadores (TISK), a Confederação dos Comerciantes e Artesãos turcos (TESK), a União das Câmaras de Agricultura da Turquia (TZOB), a Confederação Sindical HAK-IS (HAK-IS), Confederação dos Sindicatos de Funcionários Públicos (MEMUR-SEN) e União dos Trabalhadores Públicos Turcos (Turkiye KAMU-SEN).

Na quarta-feira, o presidente Donald Trump - que reverteu décadas de política dos EUA - anunciou sua decisão de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e mover a embaixada de Israel para a cidade.

A dramática mudança na política de Washington em Jerusalém desencadeou manifestações nos territórios palestinos ocupados, Turquia, Egito, Jordânia, Tunísia, Argélia, Iraque e outros países muçulmanos.

Hisarciklioglu, que falou em nome de todas as confederações, disse que o anúncio de Trump é contra o status histórico de Jerusalém e um passo "errado".

"A Mesquita Al-Aqsa, que é a primeira Qibla dos muçulmanos (direção das orações) e Jerusalém são sagradas para a sociedade islâmica com uma população de 1,5 bilhão. Assim, esta decisão é desrespeitosa e é uma provocação clara", afirmou Hisarciklioglu.

Ele observou que a decisão dos EUA abriria caminho para a demolição do status internacional de Jerusalém.

"A decisão é um passo perigoso, que colocaria a segurança global em perigo e perturbaria equilíbrios delicados e estabilidade na região", afirmou Hisarciklioglu.

Hisarciklioglu sublinhou que não só as comunidades muçulmanas, mas também cristãs e judaicas devem adotar uma posição clara e conjunta em relação a essa decisão de proteger os valores humanitários.

Jerusalém permanece no coração do conflito Israel-Palestina, com os palestinos esperando que Jerusalém Oriental - agora ocupada por Israel - eventualmente sirva como a capital de um futuro estado palestino.


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