Parlamento iraniano irá analisar acordo nuclear

O ministro dos negócios estrangeiros do Irão, Mohammad Javad Zarif, entregou esta terça-feira o texto do acordo firmado com os P5+1 sobre o acordo nuclear ao parlamento do país para que seja revisto e votado pelos deputados.

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Parlamento iraniano irá analisar acordo nuclear

Zarif apresentou o documento chamado Plano Integral de Ação Conjunta (JCPOA) durante um discurso na câmara, no qual explicou aos parlamentares o conteúdo do acordo e a postura do governo sobre o assunto.

Em junho, o parlamento iraniano aprovou uma lei que obrigava os negociadores nucleares a cumprir os limites estabelecidos pelo líder supremo Ali Khamenei para chegar a um acordo, além de determinar que o documento final fosse revisto pelos deputados.

Entre outros itens, a legislação exigia que o JPCOA estabelecesse a "imediata e completa" eliminação de todas as sanções impostas ao Irão. A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) ficaria proibida de ter acesso a "centros militares, de segurança ou não nucleares" e também não poderia interrogar cientistas iranianos.

No seu discurso, Zarif fez menção à possível reversão do fim das sanções impostas ao Irão, prevista no JCPOA, um dos assuntos mais criticados no país desde a assinatura do acordo.

O chanceler disse que voltar às condições prévias ao pacto é uma opção que ambas as partes podem adotar em qualquer momento, apesar de considerá-las como não recomendáveis. Além disso, indicou que as cláusulas que permitem retomar as sanções serão difíceis de serem aplicadas no Conselho de Segurança da ONU.

Zarif destacou o conteúdo do texto do acordo nuclear e afirmou que durante as negociações o Irão pode demonstrar que aceita o diálogo, mas não a "chantagem" sobre assuntos do seu interesse. E também apontou que com o JCPOA o mundo inteiro reconhece o direito do país ao enriquecimento nuclear e à pesquisa atómica.

Ontem, o Conselho de Segurança da ONU ratificou por unanimidade o texto do JCPOA, autorizando assim o início da suspensão de grande parte das sanções impostas a Teerão.

Segundo o documento, sete resoluções das Nações Unidas sobre o Irão deixarão de ser efetivas assim que a AIEA verifique que o país completou certas condições essenciais incluídas no pacto.


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