Declarado o estado de emergência na ilha de Lampedusa devido ao fluxo de migrantes

A Assembleia Municipal da ilha de Lampedusa, situada no Mar Mediterrâneo, foi inundada por migrantes em situação ilegal e declarou o "estado de emergência".

Nas últimas 36 horas, mais de 6 mil migrantes entraram na ilha de Lampedusa, a massa de terra italiana mais próxima do Norte de África, situada na rota da migração ilegal no Mediterrâneo Central, de África para a Europa.

Depois de um grupo de residentes na ilha ter protestado contra o fluxo de migrantes, organizando uma concentração em frente ao edifício do município, a Assembleia Municipal de Lampedusa, reuniu extraordinariamente, e declarou o "estado de emergência" na ilha.

O Presidente da Câmara de Lampedusa, Filippo Mannino, afirmou que a intensidade migratória registada nas últimas 36 horas sobrecarregou o sistema de acolhimento de migrantes e as instalações de ajuda na ilha, e disse que o governo deveria intervir com soluções estruturais.

O Ministério do Interior, que tomou medidas relativamente à situação na ilha, informou que no dia de ontem, 1.650 migrantes foram levados de Lampedusa para o continente, 3.750 migrantes serão evacuados hoje e 2.270 migrantes serão evacuados amanhã.

O Vice-primeiro-ministro e Ministro dos Transportes e Infra-estruturas, Matteo Salvini, conhecido pelas suas opiniões anti-imigração, deu uma conferência de imprensa na Associação da Imprensa Estrangeira, na capital Roma.

"O que aconteceu em Lampedusa é um fracasso para a Europa", afirmou.

Salvini também criticou a União Europeia e outros estados-membros que não mostraram solidariedade em relação à migração.

"A Itália foi deixada sozinha. Estão a fechar a fronteira, mas onde está a solidariedade?"

O Ministro Salvini expressou a sua convicção de que existe um "sistema criminoso organizado" por detrás do grande número de barcos de migrantes que se dirigem para Lampedusa.