Parlamento búlgaro proíbe o uso do véu em público

O Parlamento da Bulgária proibiu ontem o uso do véu em público, em um movimento para aumentar a segurança após um pico de ataques de militantes na Europa.

De acordo com a lei, só será permitido esconder o rosto por motivos de saúde ou profissionais. Não será permitido o uso do véu em escritórios governamentais, escolas, organizações culturais ou locais de recreação pública. A Bulgária advertiu que aqueles que desobedecerem a lei serão multados em até 1.500 levs ($ 860) e perderão seus benefícios sociais.

A medida, no entanto, atraiu críticas da Anistia Internacional (AI).

"As mulheres na Bulgária devem ser livres para vestir o que quiserem e usarem a burca ou o niqab como expressão de sua identidade ou crença", disse o Diretor da organização na Europa, John Dalhuisen.

"Legítimas preocupações de segurança podem ser satisfeitas com restrições específicas sobre a cobertura completa do rosto em locais de alto risco bem definidos e não através de uma proibição discriminatória como esta".

O grupo de direitos humanos disse que a proibição violava os direitos das mulheres búlgaras à liberdade de expressão e de religião, chamando-o de parte de uma tendência preocupante de intolerância, xenofobia e racismo no país.

 O movimento de etnia turca pelos Direitos e Liberdades disse que a proibição provocaria a intolerância étnica e religiosa e se recusou a tomar parte na votação.

Já o partido de centro-direita, GERB, disse que a proibição não tem relação com roupas religiosas (comunidades), mas a finalidade é apenas melhorar a segurança nacional e permitir uma melhor vigilância por vídeo.

Cerca de 12 por cento dos 7,2 milhões de habitantes da Bulgária são muçulmanos e a maioria vem de comunidades cuja presença no país é muito antiga,como os turcos.