Governo francês reverte a decisão que proíbe protesto em Paris

O Governo francês reverteu sua decisão de proibir um protesto contra as reformas trabalhistas em Paris, onde a polícia já está sobrecarregadas devido a ameaças terroristas e violência relacionados com o torneio Euro 2016.

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Governo francês reverte a decisão que proíbe protesto em Paris

Os sindicatos franceses receberam o sinal verde para realizar uma manifestação de protesto em Paris após o governo reverter sua decisão, que tinha inicialmente indignado líderes de trabalho, negando permissão para o protesto.

Estima-se que os Sindicatos levarão dezenas de milhares de manifestantes em uma marcha pelas ruas de Paris na quinta-feira contra as reformas trabalhistas propostas pelo governo de François Hollande. Sete sindicatos no total pediram permissão para realizar a marcha.

Após uma reunião de emergência com o governo, Philippe Martinez, o líder do sindicato CGT, disse em uma coletiva de imprensa, "Associações de estudantes e comércio obtiveram o direito de protestar em Paris em 23 de Junho ao longo de uma rota que foi proposta pelo ministro do Interior."

A decisão inicial de proibir o protesto foi tomada após o fracaso nas conversações entre o governo e os líderes da Confederação Geral do Trabalho (CGT) e o sindicato Force Ouvrière (FO). Apoiantes de esquerda dos sindicatos reivindicam que esta foi a primeira vez que um protesto apoiado pelo sindicato tinha sido proibido desde o início dos anos 1960.

Muitos sindicatos já têm apoiado as reformas propostas, mas o CGT e o FO ainda se opõem e têm grande influência entre os trabalhadores do país.

O Ministro do Interior francês Bernard Cazeneuve tinha definido o cenário para uma proibição esta semana, dizendo que os comícios tinha saído de controle num momento em que a polícia também estavam lutando para conter a violência por torcedores durante o torneio de futebol Euro 2016, que está sendo realizado no país.

Confrontos durante o torneio já resultaram na prisão de 557 pessoas e dezenas de feridos e danos à propriedade.

O governo insistiu que um "comício estacionário" seria mais fácil de controlar dada a ameaça de terrorismo e da quantidade de recursos da polícia que está sendo utilizado para proteger o torneio Euro 2016.

"Depois de uma análise aprofundada, estas propostas não abordam nem as necessidades de segurança de pessoas e bens, nem as demandas sobre os recursos da polícia, dada a ameaça terrorista", disse um comunicado do departamento de polícia.

Os sindicatos franceses têm protestado desde o início de Março sobre as reformas. Greves paralisaram Paris em maio e a violência nos recentes protestos de sindicatos levaram a dezenas de feridos.

Vários políticos de todas as tendências políticas condenaram a proibição e o ex-presidente Nicolas Sarkozy a chamou de "pouco razoável".

A principal recomendação nas reformas propostas torna mais fácil para as empresas negociar com os sindicatos em questões como condições ou salários de trabalho, que eles não podem fazer sob a lei atual.

O projeto de lei está atualmente perante o Senado, que vai votar nele na próxima quarta-feira.

Os sindicatos também têm planejado protestos para coincidir com a véspera da votação.

Fonte: TRTWorld e agências



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