Turcos protestam contra decisão alemã sobre 1915

Cerca de 10.000 turcos juntaram-se éste sábado na avenida central de Berlim, munidos de posters e fotos com mensagens dizendo “parem de denegrir a história turca” ou ainda “paz em casa, paz no mundo”.

Turcos a viver na Alemanha vieram de todo o país para se juntarem a esta manifestação. Os manifestantes, gritaram slogans como “nós defendemos a nossa pátria, mas não cometemos genocídio”.

Os participantes na manifestação pensam que a decisão do governo alemão pode alienar do resto da sociedade, os três milhões de turcos a viver na Alemanha.

Os organizadores acreditam que esta foi uma das maiores manifestações organizadas por turcos na Alemanha. Bekir Yilmaz, o diretor da comunidade turca em Berlim,falou sobre o significado para os turcos da decisão do governo alemão. Ele disse que devem ser os historiadores, e não os políticos, a decidir sobre a natureza dos acontecimentos de 1915.

Yilmaz disse que “ninguém nos pode impôr nada com estas moções, mas elas podem prejudicar a integração. Os imigrantes sentem que não são aceites pela sociedade e que são sempre culpados por alguma coisa”.

O presidente alemão Joachim Gauck, disse na quinta-feira que a alegada morte de um milhão e meio de arménios a viver no império otomano durante a guerra civil no Leste da Anatólia, em 1915, foi um genocídio. O discurso do presidente alemão, surgiu no momento em que se assinalam os 100 anos sobre os incidentes.

A República da Turquia, que surgiu em 1923 após o colapso do império otomano, recusa-se a definir os acontecimentos de 1915 como tendo sido genocídio, reconhecendo no entanto que houve milhares de mortos arménios, e manifestando o seu pesar pelos incidentes.

Durante a I Guerra Mundial, os otomanos forçaram as populações arménias a sair do Leste da Anatólia, e o processo de relocalização causou mortos de ambos os lados. Esta questão tem sido um ponto de disputa entre os governos da Turquia e da Arménia desde há décadas.