Co-piloto alemão sofria de depressão

O co-piloto alemão - que se julga ter feito despenhar um avião nos Alpes franceses e morto 150 pessoas – suspendeu o seu treino há 6 anos para receber tratamento psiquiátrico.

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Co-piloto alemão sofria de depressão

O tablóide alemão Bild, publicou uma notícia dando conta de problemas psiquátricos no co-piloto que alegadamente fez despenhar o avião da Germanwings.

As informações para já disponíveis, apontam para que Andreas Lubitz, de 28 anos, se tenha barricado no cockpit, não deixando que o comandante do avião entrasse. Pôde assim pilotar o avião como entendeu, fazendo-o despenhar-se contra uma montanha dos Alpes franceses.

Carsten Spohr – o chefe executivo da Lufthansa – admitiu que Lubitz interrompeu o seu treino de aviação em 2009, mas não explicou porquê. Spohr disse que não havia nada no passado do piloto que indicasse que ele constituía um risco de segurança.

“Depois de ter sido readmitido à formação, trabalhou sem problemas. Passou todos os testes e provas subsequentes com um excelente desempenho. As suas capacidades de vôo eram irrepreensíveis” – afirmou Spohr.

Mas o jornal Bild conta uma história diferente. De acordo como tablóide alemão - e citando documentos internos do Centro Aero-Médico da Lufthansa, enviados para as autoridades alemãs – Andreas Lubitz foi diagnosticado como tendo sofrido um “episódio depressivo grave” na altura em que suspendeu a sua formação.

Tanto a Lufthansa como os procuradores alemães recusaram comentar estas informações, o que deverá levantar fortes dúvidas acerca dos procedimentos de recrutamento dos pilotos da empresa. Caso se confirmem estas informações, a Lufthansa poderá também ser chamada a pagar enormes indemnizações aos familiares das vítimas.

Um acordo internacional limita as indemnizações pagas pelas companhias aéreas em caso de acidente, até ao valor de $157.400 dólares por passageiro - no caso das famílias não processarem a empresa. Mas as famílias podem processar as companhias aéreas se entenderem que houve dolo, e nesse caso não existe limite definido para as indemnizações.

Advogados que já representaram familiares de vítimas noutros desastres aéreos, disseram à Reuters que as possíveis ações em tribunal contra a Lufthansa podem basear-se no processo de recrutamento do piloto, e na sua avaliação depois de estar ao serviço da empresa. Os familiares podem ainda processar a empresa devido à sua política de gestão da condução dos aviões, que permite que apenas um piloto esteja no cockpit durante o vôo.

Algumas companhias aéreas mudaram de imediato as suas regras internas após este acidente, obrigando à presença permanente de pelo menos dois pilotos no cockpit.

Lubitz era visto como uma pessoa simpática por todos quantos com ele privavam, mas no último ano tinha-se tornado cada vez mais reservado, ao ponto de quase não falar em situações sociais.

A polícia continua a investigar Lubitz, para obter mais informações que possam conduzir ao cabal esclarecimento do que ocorreu.


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