Advogados trabalham para barrar 15 bilhões em vendas do Canadá para os sauditas

Lei canadense limita vendas para países com violações dos direitos humanos

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Advogados trabalham para barrar 15 bilhões em vendas do Canadá para os sauditas

Um grupo de advogados no Canadá entraram com uma apresentação ao Tribunal Federal para barrar a venda estimada em 15 bilhões de dólares canadenses em veículos militares blindados militares para a Arábia Saudita, informou a mídia canadense nesta sexta-feira.

Os advogados, liderados pelo advogado constitucionalista de Quebec, Daniel Turp, argumentam que a venda é ilegal porque vai contra a lei canadense que afirma que devem ser limitadas as exportações de tecnologia militar para nações com um registro de violações de direitos humanos contra seus cidadãos, informou o Toronto Star.

É a segunda vez que os advogados trabalham para impedir a venda aos sauditas.

O mais recente movimento argumenta que as licenças emitidas pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Stephane Dion, devem ser canceladas.

O antigo governo conservador fechou o negócio com os sauditas em 2014.

O governo liberal do primeiro-ministro Justin Trudeau subiu ao poder no outono de 2015, e o mesmo afirmou que o Canadá deve viver de acordo com seus compromissos.

Mas um porta-voz do escritório do Dion disse que o governo está convencido de que a emissão de licenças para a venda dos veículos blindados era adequada.

"O governo está convencido de que a abordagem do Canadá permanece consistente com a nossa obrigação internacional e a lei canadense", escreveu Chantal Gagnon, secretário de imprensa de Dion.

A lei canadense diz que tais acordos militares só podem ser feito se o governo puder provar que o equipamento militar não será usado contra seu povo.

A Arábia Saudita tem enfrentado críticas constantes de que tem um dos piores registos de direitos humanos do mundo e um relatório de 2015 da Human Rights Watch afirma que o país continua prendendo ativistas e reprimindo as mulheres, entre outras violações.

Mas o Canadá tem a ganhar economicamente com a venda. Além da colheita financeira, o acordo de oito anos, se proceder, irá criar 3.000 postos de trabalho no país.


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