Argentina oferece US$ 6,5 bilhões para credores internacionais

Argentina ofereceu um pagamento em dinheiro de $ 6,5 bilhões para os credores, buscando acabar com uma batalha jurídica de 14 anos que transformou o país em um pária dos mercados financeiros.

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Argentina oferece US$ 6,5 bilhões para credores internacionais

Dois dos seis principais detentores de títulos já aceitaram a oferta, disse o o mediador nomeado pelo tribunal dos EUA, que saudou a proposta do novo governo da Argentina como um "avanço histórico".

A oferta, se for aceita por todos os detentores de títulos litígio, representaria um desconto de cerca de 25 por cento ou o chamado corte de cabelo, para os credores que entraram com reclamações de cerca de US$ 9 bilhões.

O ponto de virada na luta jurídica decorrente do débito da Argentina em torno de US$ 100 bilhões em 2002, vem menos de dois meses depois que o presidente Mauricio Macri assumiu o cargo e expressou seu compromisso com o negócio.

Se Macri conseguir fechar o acordo, o país sem dinheiro, será capaz de reagir e retornar aos mercados de capitais globais para financiar infra-estruturas necessárias, como novas estradas e ferrovias, na terceira maior economia da América Latina.

O Ministério das Finanças da Argentina, disse que a oferta implicará "um pagamento de aproximadamente US$ 6,5 bilhões, se todos os detentores de títulos aceitarem".

Á proposta seguiram-se cinco dias de intensas negociações em Nova Iorque, lideradas pelo secretário de Finanças, Luis Caputo.

"O acordo foi incrível", disse Caputo aos repórteres, depois de sair do escritório do mediador, em Nova York. "Temos tido uma boa recepção das propostas e sinto-me otimista."

Montreux Equity Partners e Gestão Dart foram os dois fundos que aceitaram a proposta, de acordo com o ministério.

Os dois credores Gestão Elliott e Aurelius Capital Management, se recusaram a comentar sobre a oferta.

Um acordo provavelmente reforçaria ainda mais a confiança dos investidores no governo de Macri, que já ganhou a aprovação do mercado para acabar com controles de capital, unificando várias taxas de câmbio da Argentina e cortando impostos de exportação em uma tentativa de fornecer um quadro mais favorável às empresas.



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