Encontrada galáxia mais antiga do universo

Astrônomos relatam encontrar a galáxia mais antiga, rendendo pistas sobre o nascimento do universo

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Encontrada galáxia mais antiga do universo

Um grupo de pesquisadores da Califórnia anunciou na sexta-feira que encontraram o que pode ser a galáxia mais distante já detectada - formada pouco depois que o universo surgiu.

Chamada por astrônomos de EGS8p7, acredita-se que a galáxia tenha cerca de 13,2 bilhões de anos de idade. O universo é estimado em 13,8 bilhões de anos, ou seja, EGS8p7 foi formada apenas 600 milhões de anos depois - não muito distante em termos cósmicos.

A descoberta da galáxia foi publicada na revista Astrophysical Journal Letters por uma equipe patrocinada pela NASA, do Instituto de Tecnologia da Califórnia.

É muito difícil para os cientistas identificarem os confins do universo, porque o espaço foi evoluindo muito rapidamente em seus primeiros bilhão de anos.

Os cientistas acreditam que logo depois que o universo passou a existir, após o Big Bang, havia uma sopa de elétrons, prótons e partículas de luz conhecidas como fótons. Os fótons não podiam transmitir a luz, porque eles estavam espalhados por todo o espaço por elétrons.

Cerca de 380.000 anos mais tarde, no entanto, o universo teria arrefecido o suficiente para permitir a formação dos primeiros átomos de hidrogênio, o que permitiu a luz viajar através do espaço.
Quando o universo tinha cerca de um bilhão de anos de idade, as primeiras galáxias e o gás hidrogênio neutro ionizado surgiram. É esta ionização que nos permite capturar certos espectros de radiação de outras galáxias, que, em seguida, revelam o quanto elas são antigas.

Em teoria, o hidrogênio ionizado das primeiras galáxias como EGS8p7 deveria impossibilitar os astrônomos de datá-las. Os pesquisadores ainda estão ponderando o motivo de conseguirem detectar radiação que remonta a formação de EGS8p7. Eles acreditam que as estrelas da galáxia tenham sido excepcionalmente quente.

"Estamos atualmente calculando mais atentamente as chances exatas de encontrar esta galáxia e ver esta emissão a partir dela, e entender se precisamos rever o cronograma da reionização, que é uma das principais questões-chave para responder nossa compreensão sobre a evolução do universo", disse em um comunicado o autor Adi Zitrin, um pós-doutorado em astronomia da NASA.


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