Colômbia vive o pior pico da pandemia a meio de uma crise social

O país sul-americano registou um novo número recorde com 27 000 infecções por COVID-19.

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Colômbia vive o pior pico da pandemia a meio de uma crise social
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AA - O Ministério da Saúde da Colômbia identificou 27 mil novos casos de coronavírus esta quarta-feira, 2 de junho, um novo recorde no país desde o início da pandemia de COVID-19.

O recorde anterior foi registado no dia anterior, 1 de junho, com 25 966 infeções em 24 horas. O recorde anterior tinha sido batido uma semana antes, a 27 de maio, com 25 092 infeções nesse dia.

A Colômbia acumula até agora mais de 3,68 milhões de infeções e mais de 89,8 mil mortes (em 2 de junho foram registadas 511) devido ao virus, desde março de 2020. A previsão é que na quinta-feira, 3 de junho, o país ultrapasse a barreira das 90 000 mortes.

Este alastramento do vírus poderá estar relacionado com as aglomerações que se têm verificado ao longo da greve nacional, iniciada no dia 28 de abril, uma questão relativamente à qual várias vezes o Ministro da Saúde, Fernando Ruiz, chamou a atenção, bem como a prefeita de Bogotá, Claudia López, e especialistas no assunto.

“Verifica-se um fortalecimento da curva pandémica, que esperávamos que começasse a diminuir na semana passada. No entanto, os valores têm-se mantido altos e as estimativas apontam para que possam permanecer altos, na sequência do que tem vindo a acontecer” - afirmou em entrevista à Agência Anadolu o Dr. Luis Hernández, médico e Ph.D em Saúde Pública da Universidade Nacional da Colômbia.

Por sua vez, o ministro afirmou no dia 13 de maio que “estamos numa situação em que o aumento dos contágio é muito alto. A população mais jovem afetada pelo vírus tende a ficar mais dias em UCI (unidades de cuidados intensivos) e isso faz diferença relativamente aos picos anteriores. É preciso dizer que os efeitos das aglomerações de rua geram atingem principalmente a população jovem”.

As multidões são o problema. Durante os dias de greve nacional ocorreram protestos massivos, algumas com mais de 4 000 pessoas, muitas das quais foram vistas em vídeos e fotografias sem máscara médica. A greve, por enquanto, não tem perspectiva de terminar tão cedo.

Estamos a assistir a um massacre em Bogotá por causa da pandemia e continuam a convocar as mobilizações”.



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