Desencorajamento e desconfiança marcam as eleições municipais da Venezuela
Os principais partidos políticos da oposição, como Primero Justicia - do candidato a presidente por duas vezes Henrique Capriles - e Voluntad Popular, do líder preso Leopoldo López, não comparecerão às eleições.
O desânimo e desconfiança de um setor da oposição marcam as eleições municipais no domingo na Venezuela, um evento em que serão eleitos mais de 2.400 vereadores em todo o país, e que não contará com a participação dos principais partidos antichavistas.
A Efe pôde ver hoje que em Caracas os eleitores estão mais preocupados com a crise que atravessa a nação com as maiores reservas de petróleo do planeta. Nem é visto na capital venezuelana a exibição típica de propaganda antes das eleições, como cartazes.
Os principais partidos de oposição candidato duas vezes presidencial Primero Justiça - de Henrique Capriles e Popular vontade, líder Leopoldo Lopez preso, e não irá concorrer para as eleições, porque, eles dizem, são uma "farsa" do Governo de Nicolas Maduro.
Essas organizações, como a Acción Democrática e a Un Nuevo Tiempo, são desclassificadas por não terem participado das eleições presidenciais de 20 de maio, que na época rejeitaram como fraudulentas.
O líder da oposição, Andrés Velásquez, previu hoje uma pequena participação dos eleitores nas eleições municipais como "uma demonstração rude de desprezo e rejeição" em face do que ele considerava uma eleição "inútil e fraudulenta".
"Na Venezuela, com esta CNE, o voto perdeu sua efetividade", acrescentou, lembrando uma petição que o anti-Chávez fez pelo menos desde 2014: designar novos reitores do poder eleitoral.
Essas eleições são apresentadas no meio da grave crise econômica que a Venezuela sofre, e isso se expressa na escassez generalizada, na hiperinflação e na terrível prestação de serviços públicos.
Essa situação levou na sexta-feira os bispos do país a pedirem aos eleitores que votassem sem "sentimentalismo", mas "de acordo com a realidade que se vê". EFE
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