Pelo menos 11 mortos em um ataque armado do governo na Nicarágua

As mortes ocorreram durante ataques simultâneos em Diriamba e Jinotepe.

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Pelo menos 11 mortos em um ataque armado do governo na Nicarágua

Managua (EFE) - Pelo menos 11 pessoas, incluindo dois policiais, morreram em um ataque do Governo da Nicarágua nas cidades de Nicarágua e Jinotepe, na região do Pacífico, disse o Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (CENIDH).

As mortes ocorreram durante ataques simultâneos em Diriamba e Jinotepe, que começaram de madrugada e duraram até a noite de domingo, véspera da retomada do diálogo nacional para tentar resolver a crise neste país da América Central.

A embaixadora dos EUA na Nicarágua, Laura Dogu confirmou que houve um tiroteio perto de sua casa ao sul de Manágua, mas disse que habitação "não era o alvo dos disparos" e informou que estava bem.

Ataques semelhantes em Jinotepe e Diriamba também ocorreram em cidades como Esteli, La Trinidad, Granada, Jinotega, León, Managua, Matagalpa, Masaya, entre outras, onde há manifestações contra o presidente Daniel Ortega.

Até sexta-feira passada o número de mortos na repressão na Nicarágua foi de 310, de acordo com a Associação Nicaraguense de Direitos Humanos (ANPDH).

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) acusaram o governo de Ortega de cometer graves violações dos direitos humanos.

A Comissão apontou "assassinatos, execuções extrajudiciais, maus-tratos, possível tortura e detenções arbitrárias cometidas contra a população predominantemente jovem", que o Governo da Nicarágua rejeita.

O país da América Central está submerso na mais sangrenta crise sociopolítica desde os anos 1980, com Ortega também como presidente.

Protestos contra Ortega e sua esposa, vice-presidente Rosario Murillo, começaram em 18 de abril passado, por reformas fracassadas de segurança social e tornou-se uma demanda por renúncia do presidente, depois de onze anos no poder, com acusações de abuso e corrupção.

 



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