Oposição nicaraguense pede greve nacional em 13 de julho
O grupo de oposição também anunciou que as manifestações marcadas para este sábado foram suspensas.
A coalizão de oposição da Nicarágua, Aliança Cívica, pediu uma greve nacional em 13 de julho para pressionar o presidente Daniel Ortega a realizar as eleições presidenciais em março de 2019.
"Pedimos a todos os habitantes de diferentes regiões que participem dessas ações", disse a Aliança Cívica.
O grupo de oposição formado por estudantes, empresários e membros da sociedade civil acrescentou que as manifestações programadas para este sábado na cidade de Manágua, e que buscavam evitar confrontos entre cidadãos e as forças armadas, foram suspensas.
A Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) anunciou uma contra-marcha em Manágua, sob o lema "Caminhamos pela paz e segurança".
Nos protestos que começaram há quase dois meses, mais de 300 pessoas morreram, segundo a Associação Nicaraguense dos Direitos Humanos (ANPDH).
Por seu turno, a equipe do Escritório de Direitos Humanos da ONU, que visitou a Nicarágua de 26 de junho a 3 de julho, indicou que no país centro-americano há indícios de perseguição contra pessoas que rejeitam o governo de Daniel Ortega.
O Escritório de Direitos Humanos da ONU alegou que 700 pessoas foram arbitrariamente detidas e algumas foram torturadas.
Segundo a ANPDH, 96% dos mortos nos protestos são civis. Destes, 82,2% morreram de tiros.
A crise sociopolítica pela qual a Nicarágua está passando é a mais sangrenta desde os anos oitenta. Nas manifestações, a sociedade civil exige a renúncia de Daniel Ortega, que está no poder desde 2007.
(Notícias e fotos: AA - Serviço Espanhol)
