Morrem vinte prisioneiros em uma tentativa de fuga numa cadeia no norte do Brasil

O incidente foi registrado na tarde desta terça-feira no Centro de Recuperação Penitenciário do Pará II

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Morrem vinte prisioneiros em uma tentativa de fuga numa cadeia no norte do Brasil

Rio de Janeiro, (EFE) .- Pelo menos vinte pessoas morreram, incluindo um guarda carcerário, em uma tentativa de fuga em massa frustrada hoje em uma prisão na região metropolitana de Belém, a capital do estado amazônico do Pará, no norte do Brasil, informaram as fontes oficiais.

O incidente foi registrado na tarde de terça-feira no Centro de Recuperação Penitenciário do Pará III, quando um grupo de homens armados tentou invadir a prisão para ajudar uma fuga maciça promovida por vários presos, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Pará.

Além do guarda, as vítimas incluíam prisioneiros que tentaram escapar e alguns dos homens armados que atacaram o centro carcerário.

Quatro outros agentes penitenciários ficaram feridos no confronto armado entre os guardas que defendiam a prisão, os criminosos que a atacaram e alguns dos prisioneiros que tentaram fugir e que estavam armados.

De acordo com autoridades regionais, os atiradores que tentaram dar apoio à fuga usaram explosivos para derrubar a parede de um pátio onde estavam os detentos que organizaram a fuga.

Após a explosão, houve uma intensa troca de tiros que só terminou com a chegada de reforços policiais.

As autoridades da prisão apreenderam dois fuzis, três pistolas e dois revólveres que estavam ao lado dos corpos dos prisioneiros e dos pistoleiros mortos.

O centro penitenciário atacado é uma das unidades que fazem parte do Complexo Penitenciário de Santa Izabel, um dos municípios da região metropolitana de Belém.

Esta unidade tem 659 detentos, embora sua capacidade seja para 432 detentos e além das condições de superlotação, suas condições sanitárias são considerados como deficientes pelas organizações de defesa dos direitos humanos.

No final da tarde, a Secretaria de Segurança Pública não tinha informação sobre quantos prisioneiros estão entre as vítimas e dos presos que conseguiram fugir.

A tentativa de fuga aconteceu um dia depois de pelo menos 12 pessoas terem sido mortas a tiros em diferentes bairros de Belém, todos com sinais de execução e aparentemente em vingança pela morte de dois policiais que ocorreu algumas horas antes.

Das 12 vítimas, nove tinham registros policiais por crimes diferentes.

As rebeliões de presos, as fugas, os assassinatos de prisioneiros e os confrontos entre gangues rivais pelo controle da venda de drogas nas prisões são recorrentes nas prisões brasileiras.

Quinta-feira passada, cinco prisioneiros foram mortos e nove outros sofreram queimaduras de vários graus em um incêndio causado por assaltantes desconhecidos em um pavilhão da Penitenciária Regional de Rio Grande, uma cidade no sul do estado do Rio Grande do Sul.

O Brasil, cujo questionado sistema prisional é alvo constante de críticas de organizações de direitos humanos e até mesmo a ONU, viveu em janeiro do ano passado um dos capítulos mais trágicos de sua história carcerária com massacres sangrentos nas prisões em diferentes estados, que deixaram mais de 130 mortos.

O pior massacre ocorreu no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) na cidade amazônica de Manaus, onde 56 presos morreram em uma briga entre facções rivais, que mostrou a grande influência que têm no interior das unidades e evidenciou a insegurança, a superlotação e más condições no sistema prisional. EFE


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