Mais da metade dos africanos vivem sem eletricidade

A Comissão da União Africana e a Agência Internacional de Energia realizam o primeiro fórum ministerial sobre acesso à energia.

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Mais da metade dos africanos vivem sem eletricidade

AA - De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), pelo menos 600 milhões de pessoas na África não têm acesso à eletricidade: "Na África sub - Sahariana, três a cada cinco pessoas não têm acesso à eletricidade," disse o CEO Fatih Birol na abertura do Primeiro Fórum Ministerial da Comissão da União Africana e da AIE na capital da Etiópia, Adis Abeba.

A reunião contou com a participação de autoridades, especialistas e representantes de várias organizações internacionais. Birol pediu incentivo à inovação e ao investimento para melhorar a falta de energia na região, que ele descreveu como "inaceitável em termos econômicos e morais".

Birol também chamou a atenção para a necessidade de garantir uma culinária limpa que, segundo ele, causou doenças respiratórias e aumentou as mortes por tuberculose e AIDS. Embora a África seja rica em recursos energéticos, incluindo energia solar, bioenergia, gás natural, petróleo, carvão e urânio, o continente está longe da autossuficiência energética.

Muitos países africanos estão relutantes em liberalizar seus setores de eletricidade, por questões de segurança energética, Birol assegurou a Agência Anadolu que o investimento privado e segurança não são mutuamente exclusivas: "Nenhum país deve levar a questão da segurança como uma desculpa" .

Birol foi nomeado pela revista Forbes como uma das pessoas mais influentes na indústria global de energia e reconhecido pelo Financial Times em 2017 como a Personalidade do ano para o setor de energia.

Por seu turno, o comissário de Energia e Infraestruturas da Comissão da União Africana (CUA), Amani Abou-Zeid, disse que cada vez mais países em África estão a rever as suas políticas para se abrirem ao setor privado.

"O Fórum Ministerial da CUA e da AIE é uma oportunidade única para reunir personalidades políticas e diretores executivos para participar de um diálogo político que identifica oportunidades e melhores práticas para desenvolver e investir nos mercados de energia da África", disse ele. 

O evento foi pensado para ser organizado anualmente e nesta versão espera-se que os participantes discutam questões como eletricidade universal e acesso a culinária limpa, a disseminação de desenvolvimentos tecnológicos para crescimento econômico e sustentabilidade e a construção de infraestrutura.



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