Líbano irá apresentar queixa contra Israel por uso de fósforo branco

O Líbano anunciou que decidiu apresentar uma queixa ao Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) contra Israel, por ter lançado bombas de fósforo branco nas zonas fronteiriças do sul do país.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros libanês, Abdullah Buhabib, afirmou numa declaração escrita que tinha dado instruções à missão libanesa junto das Nações Unidas para apresentar uma queixa junto do Conselho de Segurança da ONU "condenando a utilização de fósforo branco por Israel nos seus repetidos ataques contra o Líbano e o seu incêndio deliberado de florestas e zonas arborizadas no Líbano".

Ontem, foram enviados camiões de bombeiros para a zona de Sheikh Zayn, no sul do Líbano, para extinguir o incêndio que deflagrou na sequência do ataque israelita.

Entretanto, a Amnistia Internacional partilhou provas da utilização de fósforo branco por Israel nos seus ataques ao Líbano.

Numa declaração escrita da organização, foi referido que o ataque israelita de 16 de outubro, "sem discriminação de civis", à cidade de Dahayra, na fronteira com o Líbano, foi ilegal e deve ser investigado como um crime de guerra.

A declaração recorda que a utilização de fósforo branco é limitada pelo direito humanitário internacional:

"Embora tenha utilizações legais, nunca deve ser disparado perto de povoações civis ou de infra-estruturas civis devido à elevada probabilidade de propagação de fogo e fumo. Tais ataques, que não distinguem entre civis e objetivos civis, combatentes e alvos militares, são indiscriminados e, por conseguinte, proibidos."

Foi afirmado que as provas examinadas pela Amnistia Internacional mostraram que Israel utilizou fósforo branco nos seus ataques a Dahayra, uma área habitada por civis, e "o Laboratório de Provas de Crise da Amnistia Internacional verificou vídeos e fotografias que mostram a utilização de bombas de fósforo branco em Dahayra a 16 de outubro".

O sul do Líbano tem sido palco de confrontos entre o exército israelita e o Hezbollah e os grupos palestinianos no país há cerca de três semanas.