O Reino Urartu: uma civilização que remodelou a geografia por meio da água

Olhe o rei para as terras inférteis cercadas por montanhas e rochas muito duras. Ele está ansioso .. Ele está olhando muita água sem limites .. Ele não consegue decidir se é um mar ou um lago porque é tão imenso que pode confundi-lo. Expande a sua visão ... O rei se afasta de seus pensamentos e seu rosto brilha. Se houver água, então haverá vida. Se houver água, tudo existe, tudo é possível. Ele decide se estabelecer aqui junto com seu povo.

A geografia é muito difícil a leste da Turquia e as condições climáticas são fortes. Embora o clima e as formas geológicas sejam difíceis, isso não altera a regra, nas proximidades de um recurso hídrico que se parece com o mar, um reino forte do primeiro milênio a.C. toma seu lugar no palco da história. O povo de Urartu é esta civilização estabelecida nas proximidades do maior lago da Turquia e do maior lago salino do mundo. Os  Urartues contribuíram para o patrimônio mundial e da cultura da Anatólia, arte, arquitetura e engenharia.

Tushpa era a capital do estado de Urartu, que hoje é a cidade de Van. Esta civilização estabelecida na Bacia do Lago Van e deixou sua marca na história ao longo de 2 séculos, surgiu tanto da água como da arquitetura e do artesanato de mineração. Os Urartues reformam esta geografia muito difícil da maneira que desejaram, tornaram-na adequada para a agricultura e construíram as estruturas de água que ainda são usadas hoje.

Como resultado de escavações e investigações, é revelado que os reis Urartu deram especial importância às estruturas de água e construíram mais de 60 represas, lagos e canais de irrigação. Esse número é incrível especialmente para aquele período. E naquela época em nenhum lugar do mundo havia uma abundância dessas estruturas de água. Outra característica dessas estruturas é que os epitáfios são encontrados em cada um dos canais e represas. Os reis nesses epitáfios falam sobre quem construiu essas represas e canais para tornar o território adequado para a agricultura. Cada rei acrescentou seu nome a esses epitáfios. Graças a essas barragens, lagos e canais artificiais, campos inférteis eram irrigados regularmente e a água era sistematicamente distribuída para a aldeia. É por isso que no leste da Anatólia, o Reino Urartu criou pela primeira vez o sistema de agricultura baseado em irrigação. O Reino de Uratu desempenhou um papel muito vital no início e no desenvolvimento desta tradição que seria transmitida aos persas, helenos, bizantinos e otomanos nos períodos seguintes.

Devido à abundância de muitas estruturas de água, a área se qualifica como a "zona da barragem" e como a maior "civilização hidrológica” na Anatólia e na Antiga Ásia Menor. Em épocas pré-históricas, apesar das difíceis condições climáticas e formas geográficas, algumas dessas estruturas de água que fizeram a área viver na idade de ouro ainda são utilizadas hoje. Estamos falando dos canais e barragens construídos há 2700 anos! Uma civilização que viveu há 2700 anos aproveitou tantas coisas maravilhosas da engenharia e da arquitetura, embora tenha se estabelecido em uma zona sísmica, essas estruturas de construção podem perdurar até hoje. É inegável ou não? A única dessas construções é o Canal de Menua conhecido pelo nome do rei urartu que o construiu. Possui uma extensão de mais de 50 quilômetros. Este canal é considerado a maravilha da engenharia hídrica mundial. Observamos que o canal continua a dar vida aos campos hoje que também eram irrigados há 2.700 anos. É um motivo de admiração. O nome desse canal, conhecido como Shamran, provavelmente se baseia em Semiramis, a rainha dos assírios, e foi alterado com o tempo, mas, portanto, não é muito conhecido.

Outra construção maravilhosa dos Urartues é a Barragem de Keşişgöl. Os especialistas no assunto destacam que se for observado pelo aspecto de seu período de construção e sua resistência dizem que as represas, os lagos artificiais e os canais de irrigação são incomparáveis ​​em qualquer lugar do mundo. Não é surpreendente que as estruturas de uso de água mais importantes estejam na Anatólia.

Os reis Urartu contribuíram muito com esses sistemas de irrigação para a área, que tinha um lugar importante na agricultura e pecuária. Centenas de ânforas contendo alimentos e bebidas de grande porte foram descobertas em muitas escavações. Nessas ânforas, a diversidade de produtos de cereais secos a trigo e cevada, uvas e óleo de gergelim nos mostra a posição avançada dos Urartues na agricultura.

Claro, enquanto falamos de urartues não devemos falar apenas de sua engenharia hídrica. Os Urartues surgem na arquitetura e no artesanato das minas. Neste período em que falamos de pedra e artesãos de minas, é a primeira civilização que nos lembra. A riqueza regional devido ao aspecto das minas de cobre e ferro mostra-nos a dimensão do comércio e da produção da mina, assim como a abundância de joalharia, utensílios domésticos e material agrícola.

Como dissemos no início do nosso capítulo de hoje na região de Urartues, o clima e as montanhas eram muito rigorosas. Para se adaptar a esta geografia, os Urartues deixaram suas marcas nos projetos originais da arquitetura e transformaram a área em um lugar próspero por meio de cidades, castelos gigantescos e estruturas de água.

O Urartues construíram as cidades de acordo com um plano definido. Eles o fizeram não de acordo com as formas geográficas que desejavam. Os edifícios foram implantados em socalcos nas encostas e ao olhar para o castelo observa-se uma silhueta que se assemelha a uma pirâmide. Esta é uma característica de seus sistemas de defesa.

Os reis de Urartu formaram uma política de instalação que permite a localização de milhares de pessoas na Bacia do Lago Van. A capital Tushpa era uma das cidades mais esplêndidas e populosas da época. É classificado como o plano de grade onde as avenidas cortam verticalmente as ruas. Tushpa surge como uma das cidades que aplicou esse plano na antiguidade. Os reis estabelecem a população local nas cidades mais confortáveis. Nas novas cidades estabelecidas nas terras conquistadas nas guerras, elas garantem um local com mais regras. Eles desenvolveram sua percepção urbana com base na agricultura. Tudo isso nos mostra que os Urartues tinham uma abordagem consciente e antiga da urbanização, além da engenharia e da arquitetura.