Foi colocada a pedra fundamental da Usina Nuclear de Akkuyu

A cerimônia de assentamento de pedras da Usina Nuclear de Akkuyu foi realizada recentemente em Bestepe com a participação do Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan e do Presidente da Rússia, Vladimir Putin.

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Foi colocada a pedra fundamental da Usina Nuclear de Akkuyu

Foi lançada recentemente a pedra fundamental da Usina Nuclear de Akkuyu, por parte do Presidente da República da Turquia, Erdogan e o presidente russo, Vladimir Putin. No programa desta semana vamos abordar a questão da energia nuclear na Turquia.

Apresentamos a seguir a avaliação sobre a questão do Professor do Departamento de Relações Internacionais da Universidade de Ataturk, Dr. Cemil Dogaç İpek.

A cerimônia de assentamento de pedras da Usina Nuclear de Akkuyu foi realizada recentemente em Bestepe com a participação do Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan e do Presidente da Rússia, Vladimir Putin. Através de videoconferência, os dois presidentes, Putin e Erdogan, se conectaram á Akkuyu e colocaram a primeira pedra da usina nuclear de Akkuyu.

Na Turquia, quase todos os combustíveis líquidos e de gás natural utilizados sãoimportados para atender às necessidades elétricas do país.

A Turquia, com seu potencial de energia hidrelétrica, usa todo o potencial da energia renovável como  energia solar e geotérmica, podendo oferecer apenas cerca de metade da energia que é consumida, tendo como alvo até 2023 mudar essa condição.

Além do confronto do pedido de consumo de energia elétrica, a energia nuclear também é importante para os níveis que a Turquia tem como objetivo alcançar. Era uma obrigação para a Turquia, ao invés de uma alternativa, alcançar as metas de renda nacional per capita de US$ 25.000, exportação a $ 500 milhões e 2 trilhões de dólares em renda nacional, além de entrar na lista das dez principais economias mundo.

A partir dos anos 50, a busca pela segurança de fontes seguras é a agenda energética mais importante do mundo. A crise do petróleo que surgiu no início de 1970 acelerou essas pesquisas e garantiu que a energia nuclear fosse colocada em primeiro plano, considerando que é uma fonte de energia confiável.

Aumenta continuamente a participação da energia nuclear na produção mundial de eletricidade. São operados mais de 400 reatores nucleares em 31 países no mundo. Os EUA lideram a lista com 104 reatores nucleares. Na França, há 58 reatores nucleares, no Japão 54, 32 na Rússia, 20 na Coréia do Norte, 17 na Alemanha, 19 na Índia e 16 na Ucrânia e na China. Em construção de usinas nucleares, estão em o primeiro plano a China, a Rússia e a Índia. A China planeja construir mais 28 reatores. Na Bulgária, duas usinas nucleares estão sendo construídas e 17 também estão em andamento na Finlândia e na França. Na França, há seis usinas nucleares a uma distância de cerca de 200 quilômetros de Paris. Em Madri, na Espanha, há três usinas nucleares a uma distância de cerca de 200 quilômetros de Madri. O centro de Bradwell, no Reino Unido, fica a apenas 70 quilômetros de Londres.

Na Turquia, a iniciativa para energia nuclear data de 1950. Mas nos últimos 60 anos, a Turquia não conseguiu estabelecer uma potência nuclear, o que é uma grande perda econômica para a Turquia. A Coreia do Sul, que iniciou com energia nuclear nos mesmos anos que a Turquia, desenvolveu sua tecnologia nuclear em 20 anos. Apesar disso, na Turquia, em 2018, foi colocada a primeira pedra da Usina Nuclear de Akkuyu. No passado surgiram obstáculos continuamente ao estabelecimento da usina nuclear, o que hoje é um dos maiores problemas da economia turca. De acordo com o Ministério da Energia da Turquia, quando entrar em vigor a Usina de Akkuyu e Sinop, a Turquia vai suprir aqui quase 20% do consumo de electricidade nacional. Assim, deixará de importar quase 16 bilhões de metros cúbicos de gás natural por ano e serão quase 7,2 milhões de dólares a mais em seu orçamento.

O planejamento da energia nuclear em um país cria uma cultura tecnológica especial com sua projeção, engenharia, controle de qualidade e conscientização de segurança. Por essa razão, tecnologias avançadas, como a energia nuclear, não são apenas alternativas para a produção de eletricidade. Esse tipo de tecnologia avançada ganha muitas coisas para os países, como por exemplo: aprender e desenvolver as técnicas da nova produção, aumentar a capacidade científica, técnica e tecnológica e garantir o controle de qualidade, operar ramos de trabalho diferentes na indústria, o aumento do emprego e abertura de novos campos de trabalho. Conhecemos como exemplo as iniciativas da Coreia do Sul que lidera entre os países de maior sucesso na transferência de tecnologia nuclear. A tecnologia nuclear irá garantir um apoio significativo na formação de uma cultura científica e tecnológica de mais alto nível na Turquia e também para o aumento da qualidade do ensino técnico. Em outras palavras, será uma força estimulante.

Com este projeto, oportunidades de emprego surgirão tanto na Turquia quanto na Rússia. A colaboração também será feita na formação de especialistas qualificados. Atualmente, nas universidades da Rússia, mais de 220 estudantes turcos estudam tecnologia nuclear. De acordo com o objetivo do projeto, está prevista a entrada em vigor do primeiro bloco em 2023. O sucesso deste projeto também será um sinal da colaboração turco-russa.

A Turquia tem que garantir importantes marcos no setor energético, para fortalecer sua posição em ascensão na região e no mundo, bem como aumentar sua força. Neste ponto, ganhar tecnologia de energia nuclear será um grande investimento para o desenvolvimento, bem-estar, liberdade de energia, segurança e soberania. Este não é apenas um desenvolvimento importante para a Turquia, mas também para a paz e o bem-estar da Eurásia e do Oriente Médio.

 

Essa foi a análise do professor do Departamento de Relações Internacionais da Universidade de Ataturk, Dr. Cemil Dogaç İpek.



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