A Turquia como Corredor Central na Rota da Seda Moderna

O projeto da Rota da Seda Moderna, sob o nome de “Uma linha, um caminho” lançado pelo líder chinês Xi Jinping em 2 013, representa uma iniciativa económica e uma gigantesca rede de transporte que abarca a Ásia, a Europa e África. Este projeto contempla grandes investimentos, e foca-se precisamente nesses grandes investimentos. O projeto pode portanto ser considerado como uma fonte de progresso económico da China até ao ocidente, tanto por terra como por mar.

O projeto da Rota da Seda Moderna está a ser planeado através de duas linhas diferentes. A primeira destas linhas a ser construída, será a “Linha Económica da Rota da Seda”, que irá ligar por terra todo o espaço compreendido entre a China, Ásia Central, Rússia e Europa. A segunda linha é a Rota da Seda Marítima, que irá ligar a China ao Golfo Pérsico e ao Mediterrâneo, através do Oceano Índico.

Através deste projeto, que tem como objetivo equilibrar a economia mundial, será possível incentivar o comércio e o investimento nos países abrangidos por este projeto. Este projeto vai também estimular os investimentos de capital, o desenvolvimento económico e o aumento da prosperidade destes países. A ligação entre os 65 países no caminho do projeto da Rota da Seda Moderna, através de estradas, portos, ferrovias e aeroportos, irá criar uma rede comercial direta entre estes países e vai acelerar o fluxo comercial na região.

A Turquia faz parte da rota terrestre neste projeto, e encontra-se na secção do Corredor Central desta rota que liga a China à Europa. Muitas das infraestruturas que vão ser criadas no âmbito do projeto da Rota da Seda Moderna, estarão na Turquia. O país ocupa um ponto estratégico, com a sua posição nos investimentos em energia e transportes.

No âmbito do projeto ferroviário de ligação de Pequim a Londres, surgem os exemplos mais concretos de associação dos diversos investimentos na Turquia. O Marmaray, iniciado em 2 013, a ponte Yavuz Sultan Selim terminada em 2 016 e os projetos ferroviários de ligação entre Bacu, Tiflis e Kars, são os exemplos que provam que a Turquia está a implementar de forma integrada a Rota da Seda Moderna.

Outra questão que surge à frente deste projeto, é o comércio de energia. A Turquia, com os projetos do TANAP e do gasoduto Turkish Stream – cujos planos continuam a avançar – ocupa uma posição muito importante. A Turquia está num ponto central do comércio energético entre a Ásia e a Europa, e vai contribuir muito para a Rota da Seda Moderna através do fluxo de energia entre o oriente e o ocidente.

A apresentação do projeto da Rota da Seda Moderna foi feita na cimeira com a participação do presidente Erdogan em Pequim. Nesta cimeira foram assinados 3 acordos, garantindo o acordo com a China que é a segunda maior economia do mundo em várias áreas. Nesta cimeira foram dados sinais no sentido de ser aberto um novo período nas relações com a China.

A China tem uma capacidade de exportação que supera os 2 biliões de dólares por ano, e fez exportações para a Turquia no valor de 25 mil milhões de dólares no ano passado. A Turquia exporta para a China produtos no valor de 2,3 mil milhões de dólares. No momento atual, as relações bilaterais não têm um volume comercial equilibrado. Por isso, o projeto da Rota da Seda Moderna é importante para permitir novamente o equilíbrio das trocas comerciais a favor da Turquia. No âmbito deste projeto, espera-se que seja reduzido em 10 dias o tempo de envio de mercadorias entre a Turquia e a China, que atualmente demora 30 dias. Este projeto é por isso importante para a Turquia por motivos comerciais. Além disso, graças a este projeto irão ser abertos novos mercados à Turquia, o que por sua vez contribui para aumentar o potencial de exportações do país.

Espera-se que este projeto permita dar mais dinamismo à economia mundial, depois de começar a funcionar a Rota da Seda Moderna, do qual a Turquia faz parte. Com o papel ativo da China na região e na sequência dos acordos assinados com todos os países que fazem parte deste corredor, vai ser retomada a histórica Rota da Seda e o fluxo do comércio mundial será feito no sentido do oriente para o ocidente.