O que é a “guerra para a paz”?

Quando se criou a “guerra para a paz”, este conceito tornou-se na filosofia básica dos estados expansionistas e os exércitos foram organizados em função deste novo conceito de defesa.

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O que é a “guerra para a paz”?

O militarismo e as forças militares, aplicam a política de “guerra para paz”. A humanidade começou a ouvir falar deste conceito no início do século XX. Sobretudo após os regimes comunistas, esta expressão superou todas as fronteiras através dos meios de comunicação, e ganhou o seu lugar no mundo das palavras das pessoas.

Quando se criou a “guerra para a paz”, este conceito tornou-se na filosofia básica dos estados expansionistas e os exércitos foram organizados em função deste novo conceito de defesa. Os exércitos – tanto do mundo comunista como do mundo ocidental – e numa tentativa de manterem vivas as suas estratégias, puderam de lado uma parte importante das suas poupanças para os gastos militares. E isto enquanto a humanidade continua a morrer em massa por causa de doenças tão simples como a gripe.

Infelizmente, os estados gastam nos conceitos de defesa militar, muito mais do que investem para a investigação médica.

A guerra para a paz nunca trouxe felicidade nem bem estar à humanidade. A maior herança que esta frase deixou à humanidade foi morte e destruição.

A competição já com quase 100 anos da “guerra para a paz”, alcançou a dimensão de loucura e transformou-se na “guerra preventiva”. Os país com mais força armada, começaram a ocupar e a colonizar os países fracos ou as zonas com valor económico, sob a alçada do conceito de “guerra preventiva”. É muito estranho que o conceito de “guerra preventiva”, tenha sido cunhado no mesmo ano da destruição do Bloco Soviético. Ou seja, juntamente com a atualização da Perestroika, assim que a União Soviética declarou ao mundo que tinha sido derrotada a competição militar. Os Estados Unidos, alegando que o ex-chefe de estado iraquiano, Sadam Hussein, estava a realizar ações contra os seus interesses – mas que antes tinham apoiado e equipado com armas – atualizou o conceito de “guerra preventiva” e ocupou o Iraque.

Antes do Iraque e com os mesmos pretextos, os Estados Unidos já tinham ocupado com milhares de soldados o Panamá, um país que tinha apenas 3 ou 5 mil soldados. Washington derrotou o general Manuel Antonio Noriega, que durante anos trabalhou para a CIA, que o trouxe até ao poder. Depois prenderam-no e levaram-no para os Estados Unidos.

Depois do Panamá e do Iraque, ocuparam o Afeganistão, usando como pretexto o regime Talibã que estava contra os Estados Unidos. Mas quando o regime Talibã se implantou no Afeganistão, os Estados Unidos foram o primeiro país a reconhecer este regime.

O conceito de guerra preventiva continua hoje em dia com toda a sua falta de misericórdia, no Norte de África, no Iraque e na Síria. Todos os dias são mortas dezenas de crianças, mulheres, velhos e civis. O seu único pretexto é a continuação do conceito de “guerra preventiva”, o filho mimado da “guerra para a paz”. E o pretexto dos massacres que acontecem juntamente com as ocupações, é trazer a democracia a estas zonas.

O estado da República da Turquia está no meio da zona onde se matam todos os dias centenas de pessoas para a chegada da democracia, e se bombardeiam casas e aldeias. Os responsáveis do estado turco tentaram insistentemente avançar com políticas contra a guerra. Não caíram na armadilha de derramar sangue dos aliados. Esta política não é apenas a política dos políticos civis turcos, mas também do exército turco.

O exército turco, com a sua história de 5 mil anos, é um dos exércitos mais antigos do mundo. A história do Corpo do Exército turco é mais antiga que a do Reino Unido. Quando olhamos para a agressão dos exércitos do seu aliado, a NATO, o exército turco que tem uma cultura de império e acumulação histórica, poderia dedicar-se aos métodos de ocupação do vazio militar e de poder que se formou à sua volta.

Mas o exército turco não cedeu a esse oportunismo. E pelo contrário, abriu as portas das suas academias para a educação e melhoria dos exércitos dispersados dos seus vizinhos.

Do Paquistão à Argélia, e do Sudão até à Somália, o exército turco educa os estudantes militares de todos os países. Uma das características do exército turco é parar o derrame de sangue nos lugares para onde vai. Ou seja, onde entram os soldados turcos, chega o bem estar e a paz.

Dois desembarques realizados pelo exército turco no nosso século, impediram grandes massacres e asseguraram uma trégua definitiva naquelas zonas. Um destes desembarques foi em Chipre e o outro em Manbij.

A Turquia, antes de realizar o seu desembarque na ilha de Chipre, olhou para os massacres em massa na ilha durante 14 anos. A organização terrorista EOKA – de origem grega – tomou como alvo os turco-cipriotas e matou milhares deles. O exército inglês que era considerado o estado garante, ficou em silêncio durante a década de 1 940, e também se manteve silencioso e apenas como espetador perante o massacre levado a cabo pelos judeus contra os palestinianos na Palestina. Este exército também se limitou a assistir ao massacre levado a cabo contra os turcos na ilha de Chipre.

A organização terrorista EOKA – de origem grega – ganhou coragem ao ver o silêncio dos soldados do Reino Unido. Sob a presidência do seu líder, Nikos Samson, fizeram um golpe de estado em Chipre e derrubaram o governo legítimo. Quando o governo legítimo e o seu sistema foram derrubados, o exército turco desembarcou em Chipre e garantiu tanto a segurança dos civis turcos, como dos de origem grega. A partir do ano de 1 974, quando os soldados turcos chegaram à ilha, Chipre transformou-se numa ilha de paz e de bem estar. Os turcos e os de origem grega, vivem a sua vida em segurança, longe do terror e do caos.

Da mesma forma, e a partir do ano 2 010, para além da guerra civil, a paz não chegou à Síria, um país onde todos os dias se fazem bombardeamentos com centenas de toneladas de bombas, por parte de aviões de dezenas de países – sobretudo os Estados Unidos, a Rússia e o Reino Unido. Mas com isto 500 mil pessoas perderam a vida. Quase 10 milhões de sírios são agora imigrantes. Os aliados da Turquia - que taparam os seus ouvidos às teses da Turquia durante anos, no sentido da criação de uma zona segura – são os parceiros e também a razão deste massacre.

O exército turco está a levar a cabo uma operação no norte da Síria, há cerca de duas semanas. Os terroristas do DAESH que os Estados Unidos, Canadá, Rússia, Reino Unido, Irão e Síria não conseguiram tirar do seu lugar, nem se aguentaram durante duas horas perante os soldados turcos e um regimento de tanques. Só a Força Aérea americana já fez 200 saídas com os seus aviões. Os aviões turcos fizeram apenas 12 saídas. O exército turco transformou o norte do Eufrates num lugar seguro. Desde aquele dia, milhares de sírios voltaram ao seu país.

O exército turco não acredita nos conceitos de “guerra para a paz” nem em “guerra preventiva”. E mais uma vez, deu uma lição ao mundo. E a lição é esta: “Quando os exércitos querem, podem trazer a paz. Basta que o provem sem utilizar a palavra paz”.



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