As Estrelas Mais Brilhantes da História da Turquia

Os europeus da época, acreditavam que o rei Átila tinha sido enviado por Deus, como castigo pelos pecados que tinham cometido.

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As Estrelas Mais Brilhantes da História da Turquia

(Transcrição do programa de rádio)

Olá caros ouvintes da rádio TRT Voz da Turquia, sejam bem-vindos a mais uma edição do programa As Estrelas Mais Brilhantes da História da Turquia. Hoje, vamos falar sobre Átila e sobre os hunos.

Sob o comando do seu líder Balamber, os hunos – que depois de 375 começaram a vir do norte do Mar Negro para o interior da Europa de Leste – chegaram em 378 aos Balcãs, até ao Rio Danúbio. O acordo de paz assinado entre os hunos e Bizâncio, foi interrompido depois da morte do imperador romano Teodósio I, em 395.

Sob a liderança de Uldiz, os hunos também atravessaram o Danúbio em 409. Nesta época, os hunos protegeram o Império romano do Ocidente dos ataques de tribos como os góticos, os vândalos e os francos. O Rei Karaton que sucedeu a Uldiz, dirigiu o estado até 422. Mais tarde, foi Ruga quem sucedeu a Karaton. Ruga era irmão de Mundzuk, o pai de Átila. Mundzuk, o pai de Átila, morreu em 408. Átila passou uma parte importante da sua juventude com o seu tio Ruga, de quem recebeu uma boa educação.

O Império Romano do Ocidente conquistou oficialmente Viena a Ruga, em 433. Átila sucedeu ao seu tio Ruga, no ano seguinte ao da sua morte. Átila era um Bey notável, graças ao seu sucesso militar e aos seus feitos no governo do estado. Um dos irmãos de Átila, chamado Bleda, era o seu ajudante na administração do estado.

Átila, que passou a liderar o império dos hunos, foi um soberano proativo ao longo do seu reinado que durou 19 anos. É por esta razão que na Europa lhe deram as alcunhas de “O Chicote de Deus” ou “A chibata de Deus”. Os europeus dessa época, acreditavam que o Rei Átila tinha sido enviado por Deus como castigo pelos pecados que eles tinham cometido.

Átila lançou várias campanhas militares contra o Império Romano do Ocidente e do Oriente, tendo imposto a cobrança de impostos após as suas vitórias. O Império Romano do Oriente, disse portanto que aceitava todas as condições impostas por Átila, com a assinatura dos acordos de paz de Margus em 434 e de Anatolius em 447. De seguida, Átila venceu o Império Romano do Ocidente e os seus aliados na campanha militar da Gáliaem 451, que teve lugar na planície de Katalon. Com esta vitória, Átila passou a controlar a Gália.

Em 452, nenhum exército se opôs a Átila depois da sua entrada em Itália. Uma delegação composta pelo Papa Leão I – o Grande, por um cônsul e pelo prefeito Basileus, encontrou-se com Átila depois da sua campanha militar, e levaram-lhe prendas para mostrar a sua submissão. Este foi o primeiro encontro entre Átila e um Papa.

Após este encontro, Átila questionou o Papa sobre a sua religião. E face à resposta que recebeu, Átila exprimiu-se nestes termos: “Você perdeu a cabeça, Deus não pode ter filhos, ele é único”. E assim, desta forma, acabou por dar a conhecer a sua crença nesta resposta. E por isso, este incidente mostra que Átila e os hunos – tal como os antigos turcos – acreditavam num Deus único e eram monoteístas.

Após este encontro entre Átila e o Papa, o líder do Vaticano propôs o pagamento de impostos anuais e convenceu Átila a renunciar à conquista de Roma. Contudo, Átila advertiu o Papa ao dizer-lhe que voltaria a Roma se não lhe fosse enviada a sua parte e a de Honoria.

Podemos dar alguns detalhes acerca do modo de vida e da crença de Átila. Átila sempre preferiu vestir-se com roupas clássicas e simples. Podemos também ver a hospitalidade dos turcos no comportamento de Átila. Ele oferecia comida aos seus hóspedes em pratos banhados a ouro, ao mesmo tempo que ele próprio comia em pratos de madeira. Aos seus hóspedes eram oferecidas bebidas em copos de ouro, enquanto que Átila, uma vez mais, usava copos de madeira.

Uma outra lenda que evoca a crença religiosa de Átila, é a lenda de São Memorius datada do século VIII, e que tem Átila e São Lupus como protagonistas. Nesta lenda, Átila é evocado como um rei pagão e sem piedade, com sede de sangue. O historiador Priscus, fala por vezes de Átila como um rei divino. No entanto, a definição mais correta de Átila deveria ser baseada no I sistema de administração e na crença dos turcos dessa época que acreditavam num Deus do céu.

Átila também se classifica como “o filho do céu”. O facto dele ser descrito assim, mostra que ele reconhecia a existência de um ser superior a ele.

Segundo a lenda de São Memorius, Átila não era cristão, e pelo contrário, tinha sido enviado para punir os cristãos. Átila acreditava num “Deus do Céu”, tal como os outros líderes turcos que tinham vivido antes dele e também alguns dos seus sucessores. Átila nunca se converteu.

E com esta informação terminamos o programa de hoje. Contamos consigo na próxima edição de “As Estrelas Mais Brilhantes da História da Turquia”, da Rádio TRT Voz da Turquia. Até à próxima.



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