ONU, CIDH e União Europeia condenaram o uso da força na Venezuela

Os acontecimentos violentos tanto no interior como nas zonas fronteiriças do país, fizeram pelo menos 4 mortos e mais de 300 feridos entre sexta-feira e sábado.

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ONU, CIDH e União Europeia condenaram o uso da força na Venezuela

A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, condenou este domingo os diversos atos violentos que ocorreram no sábado em várias partes da Venezuela, bem como em diversos pontos ao longo da fronteira com a Colômbia e o Brasil.

Bachellet repudiou o “uso excessivo de força” por parte das forças de segurança venezuelanas, bem como dos grupos armados pro-governamentais, responsáveis por pelo menos 4 mortos e mais de 300 feridos entre sexta-feira e sábado.

“Dispararam contra as pessoas e algumas morreram. Há feridos que nunca mais poderão recuperar dos seus ferimentos, como a perda de olhos” – afirmou Bachellet, num comunicado das Nações Unidas.

O gabinete da alta comissária acrescentou ainda que foram recebidos vários relatórios que apontam para o “envolvimento de grupos pro-governamentais nos ataques violentos contra os manifestantes”, pelo que faz um apelo ao governo venezuelano para que “trave esses grupos e prenda aqueles que usaram a força de forma ilegal contra os manifestantes”.

Bachellet avisou ainda que o uso de “forças paramilitares ou parapoliciais tem uma longa e sinistra história na região”, pelo que é “alarmante ve-las a operar de forma tão clara na Venezuela”.

Por seu turno, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, também condenou a violência e o uso de “grupos armados” para impedir a entrada de ajuda humanitária no país:

“A recusa do regime em reconhecer a urgência humanitária conduz a uma escalada da tensão. Há relatórios preocupantes de distúrbios, atos de violência e de um número crescente de vítimas, em particular nas zonas fronteiriças e entre a comunidade indígena Pemón” – disse Mogherini através de um comunicado.

A alta representante da União Europeia para os Assuntos Externos e Política de Segurança, fez também um “forte apelo” às forças de segurança e da ordem para que mostrem moderação, evitem o uso da força e permitam a entrada de ajuda: “Repudiamos o uso de grupos armados ilegais para intimidar os civis e legisladores que se mobilizaram para distribuir ajuda” – acrescentou na sua nota à imprensa.

Mogherini sublinhou ainda que o bloco europeu aumentará a sua ajuda humanitária à Venezuela e que vai “trabalhar através de mecanismos de coordenação mais fortes e inclusivos, sob a liderança de organismos pertencentes às Nações Unidas”.

Mogherini recordou que a UE já prometeu apoio no valor de mais de 60 milhões de Euros para 2 018 e 2 019, destinada a ajuda humanitária e ao desenvolvimento, para “aliviar o sofrimento dos mais vulneráveis”.



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