EUA impõem sanções contra a petrolífera estatal venezuelana PDVSA

Espera-se que as sanções bloqueiem 7 mil milhões de dólares em ativos e resultem na perda de 11 mil milhões de dólares de perdas nas exportações durante o corrente ano.

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EUA impõem sanções contra a petrolífera estatal venezuelana PDVSA

Esta segunda-feira, os Estados Unidos colocaram a Empresa Estatal de Petróleos da Venezuela S.A (PDVSA) na sua lista negra, aumentando a pressão económica e diplomática sobre o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

As medidas agora anunciadas permitem bloquear sete mil milhões de dólares de ativos, além de representarem mais de 11 mil milhões de dólares em perdas por exportações perdidas ao longo do próximo ano - indicou John Bolton, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca.

Segundo o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, foram emitadas licenças gerais para autorizar certas transações, inclusivamente para alguns países europeus e do Caribe, para dar tempo à PDVSA para encontrar novos destinos para o seu crude.

"O caminho para o alívio das sanções da PDVSA é através da transferência expedita do controlo para o presidente interino ou um governo posterior, eleito democraticamente", disse o secretário do Tesouro dos EUA, Steve Mnunchin.

Quanto a um eventual impacto destas sanções nos EUA, Bolton e Mnunchin dizem que deverá ser mínimo, porque o país tem estado aos poucos a comprar menos petróleo da Venezuela e as refinarias têm procurado alternativas.

A CITGO, subsidiária da PDVSA nos EUA, poderá contionuar as suas operações, mas todo o dinheiro das vendas será depositado numa conta bloqueada, à qual o governo de Maduro não terá acesso.

A Venezuela tem as maiores reservas de petróleo do mundo, com as exportações deste produto a representarem 98% das exportações totais do país. Estima-se que a Venezuela exporte diariamente mais de um milhão de barris de petróleo, dos quais cerca de 500 mil têm como destino os Estados Unidos.

 

A crise

Os EUA reconheceram Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela, depois de o presidente da Assembleia Nacional se ter declarado presidente encarregado, no dia 23 de janeiro.

Maduro respondeu rapidamente, cortando as relações diplomáticas com Washington e dando aos diplomatas americanos no país 72 para abandonarem o país.

O Brasil e a Organização dos Estados Americanos (OEA) reconheceram Guaidó como o líder da Venezuela, antes do seu anúncio formal. A Argentina, o Canadá, o Chile, a Colômbia, a Costa Rica, o Equador, a Guatemala, o Panamá e o Paraguai seguiram o seu exemplo, enquanto que a Bolívia e o México continuama  reconhecer Maduro.

Os pesos pesados europeus, incluindo o Reino Unido, a Alemanha, França e Espanha, adotaram uma postura semelhante contra o presidente eleito da Venezuela, e pediram a Maduro que anuncie novas eleições dentro dos próximos 8 dias a contar de sábado, para aliviar a atual crise política no país sul americano.

Vários países sul americanos, a Rússia, a Turquia, a China e o Irão também expressaram a sua solidariedade para com Maduro.



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