A limpeza étnica dos muçulmanos Rohingya continua a ocorrer na Birmânia

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos solicita ao Conselho de Direitos Humanos que "encontre um novo mecanismo independente e neutro"

925467
A limpeza étnica dos muçulmanos Rohingya continua a ocorrer na Birmânia

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al Hussein, afirmou que há fortes indícios de que o genocídio foi cometido contra os muçulmanos de Rakáin (Arakan) desde 25 de agosto de 2017.

Em seu discurso na 37ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, Hussein estava muito preocupado com cerca de 900 mil muçulmanos de Rakáin, que foram forçados a se refugiar em Bangladesh e à comunidade muçulmana que permanece na Birmânia.

"O escritório do Conselho de Direitos Humanos acredita que a limpeza étnica ainda está no estado de Rakáin", disse ele.

Além disso, ele advertiu que o governo birmanês, passando sobre as fossas com buldózeres, tenta conscientemente suprimir a evidência de "crimes internacionais", incluindo "crimes contra a humanidade".

"As vítimas informaram que os muçulmanos Rohingya deliberadamente foram forçados a passar fome, submetidos aos abusos, assassinatos, tortura e seqüestros das forças de segurança e milícias locais, e meu escritório tem fortes dúvidas de que ações de genocídio tenham sido cometidas desde o mês de Agosto ", acrescentou.

Al Hussein convocou o Conselho dos Direitos Humanos a encontrar "um novo mecanismo independente e neutro" para que os responsáveis pelos crimes cometidos contra os muçulmanos Rohingya na Birmânia sejam julgados.

De acordo com dados recentes da ONU, cerca de 700 mil muçulmanos se refugiaram em Bangladesh, escapando da violência na Birmânia a partir de 25 de agosto de 2017. Embora se prevê que cerca de 2 milhões de muçulmanos tenham vivido em Rakáin na década de 1970, essa cifra foi reduzida a 350 mil pelas fugas de ataques sistemáticos.

As imagens de satélite emitidas por instituições internacionais de direitos humanos mostram que mais de 350 aldeias muçulmanas foram queimadas na região.



Notícias relacionadas