Tensão entre Paquistão e Índia se torna uma guerra de culturas
A cultura e o entretenimento sofrem com o sentimento nacionalista agitado pela tensão entre Índia e Paquistão
Um mês de tensão entre o Paquistão e a Índia, que resultou em discussões diplomáticas e tiroteios transfronteiriços, também afetou o cenário cultural nas últimas semanas.
Enquanto os produtores indianos de películas barraram artistas e técnicos paquistaneses de trabalhar em filmes indianos, o Paquistão também impôs a proibição de filmes indianos e dramas na sexta-feira.
Os grupos radicais indianos como o grupo de hindus nacionalistas de direita, Shiv Sena, exigiram que os atores paquistaneses deixassem o país, incluindo Fawad Khan, cujos filmes eles queriam que fossem boicotados, e Mahira Khan, uma atriz paquistanesa famosa que iria estrear na Índia com o filme "Raees".
A tensão começou quando 19 soldados indianos foram mortos na Caxemira indiana por militantes que a Índia afirma que tinham ligações com o Paquistão. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, desde então, se gabava de realizar "ataques cirúrgicos" no lado paquistanês da fronteira.
A indústria do entretenimento tem freqüentemente se tornado um campo de batalha entre as duas nações desde 1947, com uma proibição de 40 anos de filmes indianos após a guerra de 1965, somente sendo liberado no Paquistão em 2005.
A ativista social e escritora, Saira Shah Halim, disse que os dois países devem se concentrar em outras questões, como trabalhar em conjunto para combater a pobreza e o desemprego.
"A guerra cultural entre Índia e Paquistão não ajuda ninguém e empregar o talento do outro país não faz aquele país menos patriótico", disse ela.
"O intercâmbio cultural deve continuar entre os dois países e todas as medidas devem ser tomadas para acalmar as tensões que tem o potencial de deflagrar uma guerra."