Reino Unido: suspensa a votação do acordo de Brexit
A suspensão da votação do acordo de Brexit no parlamento deveu-se a uma rebelião no Partido Conservador, que está no poder.
Um dos membros do governo britânico responsável pela atividade parlamentar, Mark Spencer, anunciou que foi suspensa a votação do projeto de Brexit a 7 de junho.
A proposta da primeira-ministra britânica, Theresa May, foi objeto de críticas da oposição trabalhista e sobretudo dos eurocéticos do seu Partido Conservador, o que levou à demissão, na quarta-feira à noite, da líder da Câmara dos Comuns, Andrea Leadsom.
Durante a sua intervenção no parlamento, Spencer disse que está a ser planeado apresentar o projeto a 3 de junho e submetê-lo à votação a 7 de junho, mas indicou que ainda não há acordo sobre este tema e que será dada mais informação sobre a novas datas.
Este adiamento surge no dia das eleições europeias no Reino Unido. Segundo as sondagens, os conservadores poderão ficar em quinto lugar, resultado que deixará May ainda mais fragilizada.
O plano de May para levar a votos a concretização do Brexit prevê uma série de compromissos, sendo os mais importantes a possibilidade de votar num segundo referendo e de permanecer numa união aduaneira temporária com a UE. A cedência, contudo, virou defensores do Brexit como Andrea Leadsom a revoltarem-se.
Na quarta-feira à noite o Comité 1922, grupo de deputados conservadores que não desempenha cargos no governo, reuniu-se para discutir uma mudança nas regras para permitir nova moção de censura em menos de um ano e depor a primeira-ministra.
O Reino Unido teve que adiar o Brexit, que deveria ter acontecido a 29 de março. O primeiro adiamento foi para 12 de abril, ao qual se seguiu novo adiamento para 31 de outubro, depois do parlamento britânico não ter aprovado o acordo de separação da UE.
