Os ataques islamófobos na Alemanha aumentam
Mais de 90 mesquitas atacadas em 2016, apenas um suspeito está sob prisão.
O Conselho Islâmico da Alemanha, expressou grande preocupação na segunda-feira sobre o número recorde de ataques dirigidos às mesquitas.
Burhan Kesici, chefe do Conselho Islâmico, disse que os 91 ataques contra mesquitas em 2016 eram uma indicação de um crescente sentimento anti-muçulmano na Alemanha, e exortou o governo e os líderes políticos a tomarem medidas.
"Se eles disserem às pessoas que os muçulmanos não são uma ameaça, mas uma parte desta sociedade, se eles disserem às pessoas que as mesquitas são locais de culto, haverá menos animosidade contra o Islã", disse ele à Agência Anadolu.
A Alemanha tem testemunhado crescentes sentimentos de islamofobia e anti-refugiados no ano passado, desencadeada pela propaganda dos partidos de extrema-direita e populistas, que exploraram os temores da crise dos refugiados.
91 mesquitas foram atacadas em 2016, segundo as recentes estatísticas policiais divulgadas na segunda-feira, que mostraram um aumento significativo na violência anti-muçulmana. Em 2015, 75 desses ataques foram relatados, e em 2014 houve cerca de 60 ataques contra mesquitas.
Apesar do número crescente de ataques dirigidos a mesquitas, a polícia muitas vezes não conseguiu identificar o assaltante.
Entre os 91 ataques contra mesquitas em 2016, a polícia só conseguiu identificar suspeitos em 12 casos. Atualmente, apenas um suspeito está sob prisão.
Kesici criticou as autoridades por não terem levado a sério os suspeitos após ataques contra mesquitas, e disse que isso os encoraja a sofrer mais violência.
Com uma população de 81,8 milhões, a Alemanha tem a segunda maior população muçulmana na Europa Ocidental depois da França. Entre os quatro milhões de muçulmanos no país, três milhões são de origem turca.
