Paris: 12 mortos em ataque armado à sede de revista satírica

O Presidente Francês considerou o ataque armado à sede do Charlie Hebdo “um ato de inaceitável barbárie”.

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Paris: 12 mortos em ataque armado à sede de revista satírica

Pelo menos 12 pessoas foram mortas 3 três lutam pela vida – afirmou o Procurador de Paris François Molins, depois de um grupo armado ter atacado a sede em Paris da revista satírica Charlie Hebdo.

Três homens encapuzados armados com metralhadoras automáticas Kalashnikov e lança-rockets, atacaram na quarta-feira as pessoas no interior do edifício matando 12 e deixando 10 pessoas feridas - 5 delas em estado crítico – antes de fugirem da revista que em 2006 e novamente em 2012 causou controvérsia depois de publicar cartoons com o profeta Maomé.

A polícia perseguiu os autores do crime nas ruas da capital durante a tarde de quarta-feira.

Um agente policial foi filmado no momento da sua execução com um tiro na cabeça, tendo as imagens sido colocadas no Youtube.

Jornalistas mortos

Entre os mortos contam-se jornalistas satíricos e cartoonistas considerados lendários em França – o editor Stephanie “Charb” Charbonnier, Bernard "Tignou" Verlhac, Jean Cabu e George Wolinski.

O respeitado economista e escritor Bernard Maris também foi morto.

Os jornalistas foram atacados quando se encontravam numa reunião editorial na publicação.

As famílias das vítimas foram acolhidas num edifício próximo da sede do Charlie Hebdo.

Benoit Bringer - uma testemunha ocular – disse ao canal francês Itele que “dois homens encapuzados vestidos de preto entraram no edifício com Kalashnikovs. Uns minutos mais tarde ouvimos muitos tiros”.

“Ataque à liberdade”

O Presidente François Hollande confirmou as mortes, que na quarta-feira incluíram pelo menos dois polícias, e considerou os assassinatos como um “ataque à liberdade”.

“A França está em choque, em choque com este ataque terrorista”, disse Hollande que chegou ao local do crime com um grupo de ministros incluindo o ministro do interior Bernard Cazeneuve.

“Este é um ato de excecional barbárie… contra jornalistas… que sempre tentaram mostrar que, em França, é possível defender as nossas ideias” – disse o presidente.

Hollande disse ainda que “trata-se sem dúvida de um ataque terrorista” e que “vários atentados terroristas foram impedidos nas últimas semanas”, acrescentando que a França estava em “alerta máximo”.

“Assassinos repugnantes”

Testemunhas oculares disseram que os atacantes dispararam sobre polícias depois de fugirem do local num carro preto, deixando 6 agentes gravemente feridos.

A polícia disse que os atacantes falavam em francês fluente.


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