EUA desenvolvem novos mísseis após o colapso do tratado nuclear com a Rússia

AA - Os EUA estão desenvolvendo novos mísseis balísticos banidos pelo acordo bilateral assinado com a Rússia para conter sua proliferação nuclear, confirmou o Pentágono.

O anúncio foi feito apenas algumas horas depois de Washington ter declarado que retirou-se completamente do Tratado de Forças Nucleares de Classificação Intermediária (INF) por supostas violações do acordo pela Rússia.

O secretário de Defesa, Mark Esper, disse em um comunicado que os Estados Unidos vão impulsionar a investigação que foi paralisada e proibida pelo acordo, e informou que neste momento já está nos "estágios iniciais" do desenvolvimento: "Agora que nos retiramos" , o Departamento de Defesa continuará a produzir esses mísseis convencionais, como uma resposta prudente às ações da Rússia. ”Trump anunciou em outubro que os EUA sairiam do pacto e acusaram Moscou de violá-lo. 

A retirada do país norte-americano começou em fevereiro e teve um período de seis meses para as partes chegarem a um acordo para manter o tratado em vigor.

A Rússia, por sua vez, descreveu a retirada dos EUA como "um grave erro". 

O Ministério da Defesa expressou que o principal motivo para deixar os EUA foi o desejo de se livrar dos limites estabelecidos pelo tratado.Ao anunciar a retirada do tratado, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse que a Rússia "é o único responsável pelo desaparecimento do tratado", acrescentando que Moscou teve "uma última oportunidade para corrigir sua violação" nos últimos seis meses. 

Segundo o secretário, o desenvolvimento e a implementação pela Rússia de um "sistema de mísseis nucleares viola o tratado e representa uma ameaça direta aos EUA e seus parceiros aliados". 

E a violação da Rússia sob o tratado "põe em perigo os interesses dos Estados Unidos", pontuou Pompeo.

O tratado INF, assinado pelos EUA e pela Rússia em 1987, é considerado a pedra angular da segurança nuclear europeia na era pós-Guerra Fria, depois que os EUA e a Rússia o assinaram naquele ano. 

O acordo proibiu os dois países de possuir e testar mísseis de lançamento terrestre com alcance entre 300 e 3.200 milhas (AA).