A partir de Caracas, Guaidó anunciou uma reunião com sindicatos e mais manifestações

“Ameaçaram-nos com a prisão e com a morte, mas não vai ser através da perseguição e da ameaça que nos vão deter” – afirmou Guaidó a partir de um palanque na capital venezuelana.

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A partir de Caracas, Guaidó anunciou uma reunião com sindicatos e mais manifestações

Às 13:10 horas de Caracas, o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, chegou à Praça Alfredo Sadel no bairro de Las Mercedes, no sudeste da cidade, para saudar os dezenas de milhares de seguidores que o esperavam no seu regresso ao país.

“Ameaçaram-nos com a prisão e com a morte, mas não vai ser através da perseguição e da ameaça que nos vão deter” – afirmou Guaidó a partir de um palanque na capital venezuelana.

Guaidó foi recebido em apoteose no aeroporto internacional de Maiquetía - Simón Bolívar, em Caracas, capital da Venezuela. Voando num avião comercial da Copa Airlines, Guaidó passou no controlo de imigração, saiu acenando aos apoiantes que gritavam "Sim, Nós Podemos, Sim, Nós, Podemos", falou aos media e saiu em direção à capital venezuelana, onde milhares de pessoas o esperavam, nas manifestações de apoio que convocara. Não foi preso, apesar dos rumores de que tal poderia acontecer, pelo facto de não ter respeitado a ordem de proibição de saída do país.

Ernesto Machado, um homem de 38 anos que esta segunda feira de Carnaval acedeu ao apelo de Guaidó feito na noite anterior, estava seguro de que Guaidó regressaria: “se se meterem com ele, sabem que o mundo nos apoia e virão com tudo” – disse à Agência Anadolu a partir da Praça Alfredo Sadel.

Na sua intervenção, Guaidó indicou que não vai abdicar da entrada da ajuda humanitária internacional para a Venezuela, tendo marcado uma reunião com os sindicatos para esta terça-feira para "fazer um importante anúncio". E apelou a novas manifestações contra o regime no próximo sábado. "Não podemos permitir que a burocracia esteja sequestrada. Há que deixar sem maneiras de funcionar este regime que nos oprime. Qual governo de esquerda, quando não há liberdades sindicais, quando atacam os indígenas? Isto não tem nada a ver com a esquerda, nem com a direita, simplesmente são uns assassinos que massacram o nosso povo".

Uma hora antes de regressar a Caracas, o presidente interino deixou uma mensagem áudio no Twitter a apelar à resistência e à união entre os venezuelanos face a Maduro.

Em Caracas, Guaidó deixou também uma palavra ao Exército. O autoproclamado presidente interino pediu aos militares que detenham os membros dos coletivos de defesa armada. Estes impediram, no dia 23 de fevereiro, que a ajuda humanitária norte-americana entrasse na Venezuela. "Exigimos justiça para o nosso povo. Ser cúmplice por omissão também é ser cúmplice. Basta de impunidade. Maduro não pode deter este povo corajoso que se mantém nas ruas. Apesar das ameaças e dos grupos armados. Há um pico de medo? Não vai ser através de ameaças que nos vão deter" – afirmou Guaidó, dirigindo-se aos militares para os instigar a mudar de lado: "A cadeia de comando rompeu-se ".

De acordo com os números indicados nas suas últimas declarações, cerca de 700 militares no ativo rumaram à Colômbia para se “colocarem ao lado do povo”. Guaidó considera que mais militares “também o farão”.



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