ONU denuncia assassinato de 69 ativistas na Colômbia

A ONU denunciou na quarta-feira o assassinato de 69 defensores de direitos humanos e líderes comunitários na Colômbia no ano de 2015, um número "alarmante" e crescente, pelo qual pediu a ação do Estado.

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ONU denuncia assassinato de 69 ativistas na Colômbia

"Nós temos um registo de 69 assassinados este ano. É muito alarmante", disse o coordenador residente da Organização das Nações Unidas na Colômbia, Fabrizio Hochschild.

"Na mesma época do ano passado eram 35, isto quer dizer que este ano a tendência está prestes a duplicar e isto é um retrocesso muito importante e lamentável em termos de proteção aos líderes sociais, líderes comunitários", acrescentou, numa conferência de imprensa.

Entre os 69 ativistas assassinados há 38 reportados pela ONG colombiana “Somos Defensores”, além dos homicídios de "líderes sociais e políticos" contabilizados pela ONU.

Hochschild pediu às autoridades "para usarem todas as suas capacidades de investigação e todas as suas capacidades judiciais, não apenas para protegerem estas pessoas, mas ir além e assegurarem que se possa levar os responsáveis à justiça".

"Estes líderes, sobretudo em regiões afastadas, merecem maior proteção", disse.

O representante em Bogotá do Alto Comissariado da ONU para os direitos humanos, Todd Howland, tinha apontado em março passado os grupos criminosos, surgidos após a desmobilização dos grupos paramilitares há quase uma década, como o principal desafio de segurança do país.

"Estão a atacar e ameaçar protetores e defensores dos direitos humanos, líderes comunitários, agentes do Estado e queixosos no processo de restituição de terras, quando se opõem aos seus interesses políticos, económicos ou criminosos", disse Howland.

A ONU está especialmente preocupada com os "líderes da esquerda a nível local", sobretudo com a proximidade das eleições regionais de outubro e os "representantes afrodescendentes dos conselhos comunitários na região do Pacífico" (oeste), uma conflituosa zona de tráfico de drogas.

Os líderes afrodescendentes do Pacífico sofreram nos últimos meses "muitas ameaças e em alguns casos, homicídios" pela ação de grupos armados, disse Hochschild.


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