Colômbia procura em Cuba acordo de paz com as FARC

O presidente colombiano Juan Manuel Santos quer fazer de 2015 "o ano da paz", e deu instruções para acelerar o diálogo com as FARC em Cuba.

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Colômbia procura em Cuba acordo de paz com as FARC

A delegação do governo colombiano seguiu hoje para Havana, onde amanhã iniciará o primeiro ciclo de diálogos de paz com as FARC.

As negociações haviam sido interrompidas a 17 Dezembro devido ao Natal e Ano Novo, e serão agora retomadas no quarto dos cinco pontos em agenda, referente ao tema das vítimas. De forma paralela, ir-se-á também começar já a falar sobre o quinto e último capítulo, referente ao fim do conflito.

No início do ano, o presidente da Colômbia disse que mandatou os seus negociadores para acelerarem o processo e terminarem de uma vez por todas com o conflito armado.

O governo reconhece no entanto que a tarefa não é fácil, pois os dois pontos em cima da mesa são os mais difíceis do processo: o tema das vítimas, os seus direitos e a chamada justiça transicional, e a questão da desmobilização das FARC.

O tema da justiça para as vítimas está em discussão desde Agosto, e procura encontrar uma solução que satisfaça os direitos das vítimas de ambos os lados do conflito. Isto implica verdade, justiça, reparação e garantia de não repetição, um assunto extremamente complexo que implica um equilíbrio entre os direitos das vítimas e a ânsia de paz.

A proposta do governo prevê um mecanismo de justiça transicional, questionado por opositores ao processo de paz e pela própria guerrilha.

As Forçass Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), disseram que não estão dispostas a negociar a paz e a entregar as armas, para no dia seguinte irem para a prisão.

Do outro lado da equação, está a exigência da sociedade de que os crimes das FARC não fiquem impunes.
O presidente Juan Manuel Santos disse no sábado que o governo entende ambas as posições, mas está consciente de que "o país não pode continuar a fazer como no passado, há que saber perdoar e seguir em frente ".

"As vítimas merecem o reconhecimento e são a âncora das negociações, e não apenas as vítimas das FARC. Somos todos responsáveis. Há responsabilidade do Estado, dos paramilitares, dos grupos criminosos e de outras guerrilhas ativas", disse o presidente colombiano.

Nas negociações, será também discutido um cessar-fogo das duas partes. Neste momento, está em vigor um cessar-fogo unilateral declarado pelas FARC.


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