Especialistas e grupos de direitos humanos pedem intervenção na crise do Sudão do Sul

A crise do Sudão criou um enorme afluxo de refugiados para a fronteira de países vizinhos, diz o professor Shadrack Gutto.

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Especialistas e grupos de direitos humanos pedem intervenção na crise do Sudão do Sul

Especialistas e grupos de direitos humanos pediram aos líderes africanos que se reunirão na capital ruandesa Kigali para uma cúpula da União Africana nesta semana para mediar ajuda para acabar com o conflito no Sudão do Sul.

"Os líderes africanos reunidos em Kigali devem exortar os líderes de grupos rebeldes e facções no Sudão do Sul para interromperem imediatamente o conflito", disse Shadrack Gutto, professor de Estudos do Renascimento Africano na Universidade da África do Sul (Unisa), disse à Agência Anadolu.

Gutto disse que como resultado do conflito, já existe uma crise alimentar no paíse a situação pode piorar depois que alguns países vizinhos fecharam suas fronteiras com o Sudão do Sul.

''É uma situação muito preocupante que precisa ser urgentemente abordada. A crise criou um enorme afluxo de refugiados às fronteiras de países vizinhos", disse ele por telefone de Pretória, África do Sul.

O Sudão do Sul, a nação mais jovem do mundo, em grande parte depende de importações, incluindo alimentos, a partir de países vizinhos da África Oriental.

O país, rico em petróleo tem enfrentado uma reconstrução depois de muitos anos de guerra civil e a separação do Sudão em 2011.

Dois anos depois de alcançar independência, a guerra civil eclodiu no Sudão do Sul depois que o presidente Salva Kiir demitiu seu gabinete e acusou o Vice-presidente Riek Machar de planejar um golpe de Estado.

Em abril deste ano, Machar retornou ao Sudão do Sul para tomar sua posição como vice-presidente em um novo governo de unidade liderado por Kiir. Mas cinco dias, os conflitos eclodiram, causando a morte de centenas de pessoas.

A cúpula da União Africana abriu no último domingo em Kigali com a sessão ordinária do Comitê dos Representantes Permanentes (CRP).

Chefes de Estado e de Governo se reunirão em 18 de julho para tomar uma decisão final sobre assuntos tratados mais cedo por seus ministros.

Netsanet Belay, diretor de pesquisa e defesa da Anistia Internacional, disse que o conflito no Sudão do Sul demonstra a necessidade urgente de líderes africanos reunidos em Kigali tomarem medidas não só para resolver tais conflitos, mas também para combater as suas causas profundas.

"A maioria, se não todos os conflitos e instabilidade na África está ligada a falhas para combater as violações graves dos direitos humanos, o que permite que um ciclo de impunidade continue", disse Belay em um comunicado.

Ele pediu que a União Africana demonstre que tem a determinação para enfrentar a atual situação no Sudão do Sul, bem como outros problemas urgentes no continente.

De acordo com especialistas entrevistados pela Agência Anadolu, o conflito no Burundi, a luta contra o terrorismo e os direitos humanos também serão discutidos na cúpula.

Ahmat Mahamat Borgou, professor de ciência política na Universidade de N'Djamena, Chade, disse à agência Anadolu que a questão do Boko Haram é um dos principais temas da cúpula, e particularmente o financiamento de uma força-tarefa conjunta multinacional, que está pendente.

Borgou disse que a questão do terrorismo será enfatizado pelo Chade e os seus parceiros regionais, que estão lutando Boko Haram na Bacia do Lago Chade.


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