Pena de morte a 9 pessoas na Nigéria sobre acusação de blasfêmia

Tribunal sharia sentencia suspeitos, incluindo clérigo Sufi á morte por denegrir a imagem do Profeta Muhammad.

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Pena de morte a 9 pessoas na Nigéria sobre acusação de blasfêmia

Um tribunal sharia no noroeste do Estado de Kano da Nigéria condenou nove pessoas à morte por blasfêmia.

Os condenados incluem um clérigo Sufi, Abdul Inyas, e outros oito que foram presos no final de maio, depois de milhares de muçulmanos marcharem nas ruas de Kano exigindo que eles fossem condenados à morte. Inyas é acusado de ter proferido observações denegrindo a imagem do profeta Maomé.

O Tribunal Sharia do Estado de Kano confirmou a sentença em um comunicado: "Essas nove pessoas foram consideradas culpadas ao abrigo da seção 110 e seção 382b da lei de 2000 do Tribunal Penal Sharia, sendo condenados à morte", disse o comunicado, emitido após o julgamento secreto dos suspeitos.

Uma das razões para o julgamento em secreto pode ter sido as tensões geradas na cidade de mais de 9 milhões de pessoas que são na sua maioria muçulmanos sunitas. A declaração tribunal reconheceu que havia ameaça de violência, se os acusados fossem libertados.

A decisão é susceptível de recurso, pois o processo pode ser criticado nos próximos dias por ativistas de direitos civis que condenam o julgamento secreto por não dar aos suspeitos uma audiência justa.

Em 22 de maio, uma multidão de mais de cinco mil pessoas em uma resposta de raiva contra o clérigo muçulmano sufi, incendiaram o tribunal na cidade de Kano, sob acusação de ter feito um comentário blasfemo contra o profeta Maomé.

A região norte da Nigéria é conhecida por protestos violentos contra supostas blasfêmias contra o Profeta Muhammad, incluindo os cometidos em outros países, muitas vezes resultando em mortes e ferimentos em massa.

Em 2006, pelo menos 15 pessoas - a maioria cristãos - foram mortos e vários outros ficaram feridos nas principais cidades do norte em um protesto contra a publicação dE charges insultando o Profeta por um jornal dinamarquês.

Em 2008, um homem muçulmano de 50 anos, foi espancado até a morte em Kano por suposta blasfêmia. No ano passado, Mubarak Bala de 29 anos, também muçulmano, foi espancado por membros da família e internada em hospital psiquiátrico por suposta blasfêmia e renuncia ao Islã.


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