Alerta em Paris perante a manifestação dos “coletos amarelos”

Mais de 700 estudantes de liceu foram ontem detidos durante manifestações de protesto contra as políticas de Macron e do seu governo, de acordo com informações avançadas pelos meios de comunicação franceses. Foram também suspensas total ou parcialmente as aulas em 280 escolas.

Em todo o país, haverá amanhã mais 65 mil agentes na rua, de todas as forças polícias. Os protestos dos “coletes amarelos” ameaçam trazer mais um fim de semana de distúrbios, apesar de o governo francês ter concordado em não aumentar os preços dos combustíveis. Seguem-se agora as exigências de outros grupos sociais como os estudantes ou os pensionistas

Há novas manifestações previstas para sábado, apesar de o governo de Emmanuel Macron, presidente de França, ter concordado em retirar do orçamento para 2 019 uma taxa que iria tornar os combustíveis mais caros.

O problema do protesto dos “coletes amarelos” – nome dado ao movimento pelo facto dos protestantes usarem coletes refletores nas manifestações - é não haver uma liderança conhecida. As autoridades francesas suspeitam que o movimento possa ter sido capturado por radicais de esquerda e direita.

Estes tumultos colocaram - e continuam a colocar - a presidência de Macron em causa e o facto de o Presidente não aparecer em público a falar do assunto tem prejudicado a sua popularidade.

Algumas lojas do centro do Paris deverão estar fechadas este fim de semana para não sofrerem os danos de uma manifestação potencialmente violenta. O Ministério Público já abriu uma investigação aos incidentes do fim de semana passado, que provocaram a destruição de alguns restaurantes e mesmo partes de monumentos históricos como o Arco do Triunfo. O alegado exagero da força policial sobre os manifestantes também está a ser analisado.

Até hoje, o protesto dos “coletes amarelos” já fez 3 mortos e 1 043 feridos, incluindo 222 agentes das forças policiais. 424 foram detidas.