Começaram em Berlim conversações para cessar-fogo na Ucrânia

Os ministros dos negócios estrangeiros da Rússia, Ucrânia, França e Alemanha, reuniram-se numa mini-cimeira em Berlim esta quarta-feira à noite, com o objetivo de chegar a um acordo de cessar-fogo imediato no Leste da Ucrânia.

O Ministro Alemão dos Negócios Estrangeiros Frank-Walter Steinmeier apelou às delegações russa e ucraniana para negociarem de forma construtiva, antes das conversações a quatro partes em Villa Borsig - a casa de hóspedes do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão.

“Espero que as nossas conversações nos tragam não só um cessar-fogo, mas também passos concretos para a implementação do acordo de Minsk”, disse Steinmeier aos jornalistas, antes de se encontrar com os seus pares ucraniano, russo e francês.

O governo ucraniano e os separatistas pro-russos assinaram um acordo de cessar-fogo a 5 de Setembro em Minsk, mas ambos os lados violaram o acordo.
Steinmeier disse que as populações do Leste da Ucrânia têm vindo a pagar um preço muito elevado pela falta de avanços na implementação do acordo de Minsk, com ataques mortíferos e uma crescente crise humanitária na região. O ministro alemão também lembrou que a tensão na região está a destruir as economias da Rússia e da Ucrânia.

Frank-Walter Steinmeier sublinhou ainda a necessidade de acordo para se estabelecerem linhas de contato no Leste da Ucrânia, e apelou à retirada do armamento pesado da região para acalmar a situação.

“Para atingirmos um resultado positivo em Berlim, as partes devem ter vontade de encontrar uma solução, e mostrar-se prontas para atingir os pré-requisitos necessários para a cimeira de líderes em Astana” – afirmou Steinmeier.

O Presidente do Cazaquistão Nursultan Nazarbayev havia proposto uma cimeira em Astana – a capital do Cazaquistão - entre a Rússia, Ucrânia, Alemanha e França para se alcançar uma solução política decisiva no Leste da Ucrânia.

A recente onda de violência no reduto independentista de Donetsk, aumentou a incerteza em relação ao futuro de uma eventual cimeira e comprometeu a aplicação do cessar-fogo acordado.

Desde a entrada em vigor do cessar-fogo de Setembro de 2014, já morreram 1.363 pessoas vítimas dos combates.